A SOCIOLOGIA E AS TEORIAS SOCIOLÓGICAS
1.
Sociologia
Sociologia é o estudo do comportamento social das
interações e organizações humanas. Todos nós somos sociólogos porque estamos
sempre analisando nossos comportamentos e nossas experiências interpessoais em
situações organizadas.. O objetivo da sociologia é tornar essas compreensões
cotidianas da sociedade mais sistemáticas e precisas, à medida que suas
percepções vão além de nossas experiências pessoais.
A sociologia estuda todos os símbolos culturais que
os seres humanos criam e usam para interagir e organizar a sociedade; ela
explora todas as estruturas sociais que ditam a vida social, examina todos os
processos sociais, tais como desvio, crime, divergência, conflitos, migrações e
movimentos sociais, que fluem através da ordem estabelecida socialmente; e busca
entender as transformações que esses processos provocam na cultura e estrutura
social.
Através dos tempos , o homem pensou sobre si mesmo
e sobre o universo. Contudo, foi apenas no século XVIII que uma confluência de
eventos na Europa levou à emergência da sociologia. Quando os antigos sistemas
feudais começaram a abrir caminho ao trabalho autônomo que promovia a indústria
nas áreas urbanas e quando novas formas de governo começaram a desafiar o poder
das monarquias, as instituições da sociedade - emprego e receita, planos de
benefícios , comunidade, família e religião - foram alteradas para sempre. Como
era de se esperar, as pessoas ficaram inquietas com a nova ordem que surgia e
começaram a pensar mais sistematicamente sobre o que as mudanças significavam
para o futuro
O movimento intelectual resultante é denominado de
Iluminismo. Ainda outra influência por trás do surgimento da sociologia a
Revolução Francesa, de 1789 acelerou o pensamento sistemático sobre o
mundo social. A violência da revolução foi um choque para toda a Europa, pois,
se tal violência e influência puderam derrubar o velho regime, o que houve para
substituí-lo? Como a sociedade poderia ser reconstruída a fim de evitar tais
eventos cataclísmicos? É nesse ponto, nas décadas finais do século XVIII e
início do XIX, que a sociologia como uma disciplina autoconsciente foi
planejada.
2 Augusto
Comte (1798 1857) - Positivismo
O positivismo foi uma corrente filosófica linha
teórica da sociologia, cujo mentor e iniciador principal foi Auguste Comte, no
século XIX. Apareceu como reação ao idealismo, opondo ao primado da razão, o
primado da experiência sensível (e dos dados positivos). Propõe a idéia de uma
ciência sem teologia ou metafísica, baseada apenas no mundo físico/material.
A filosofia positiva ou positivismo corresponde a
uma forma de entendimento do mundo, do homem e das coisas em geral: ele entende
que os fenômenos da natureza acham-se submetidos a leis naturais, que a
observação descobre, que a ciência organiza e que a tecnologia permite aplicar,
preferencialmente em benefício do ser humano. As leis naturais existem nas
várias categorias de fenômenos, que Augusto Comte distinguiu em sete: há
fenômenos matemáticos, astronômicos, físicos, químicos, biológicos, sociais e
psicológicos.
Estas categorias de fenômenos envolvem a totalidade
dos fenômenos naturais que o Positivismo reconhece como, todos eles, submetidos
a leis naturais.
O Positivismo considera que, quanto ao entendimento
dos fenômenos, quanto à forma de explicar o mundo, o progresso da humanidade
consistiu em partir-se da concepção teológica e chegar-se à filosofia positiva.
O espírito humano, em seu esforço para explicar o
universo, passa sucessivamente por três estados:
a) O estado teológico ou "fictício"
explica os fatos por meio de vontades análogas à nossa (a tempestade, por
exemplo, será explicada por um capricho do deus dos ventos, Eolo). Este estado
evolui do fetichismo ao politeísmo e ao monoteísmo.
b) O estado metafísico substitui os deuses por
princípios abstratos como "o horror ao vazio", por longo tempo
atribuído à natureza. A tempestade, por exemplo, será explicada pela
"virtude dinâmica"do ar
c) O estado positivo é aquele em que o espírito
renuncia a procurar os fins últimos e a responder aos últimos "por
quês".
O Positivismo fez grande sucesso na segunda metade
do século XIX, mas, a partir da ação de grupos contrários, perdeu influência no
século XX. Todavia, desde fins do século XX ele tem sido redescoberto como uma
forma de perceber o homem e o mundo, a ciência e as relações sociais.
O positivismo teve fortes influências no Brasil,
tendo como sua representação máxima, o emprego da frase positivista "Ordem
e Progresso", extraída da fórmula máxima do Positivismo: "O amor por
princípio, a ordem por base, o progresso por fim", em plena bandeira
brasileira. A frase tenta passar a imagem de que cada coisa em seu devido lugar
conduziria para a perfeita orientação ética da vida social.
3
Herbert Spencer (1820-1903) Evolucionismo e Organicismo
Spencer, um dos pioneiros da sociologia, influi
profundamente no desenvolvimento da sociologia, não só na Inglaterra, como
também, na França e nos EUA. Defende o evolucionismo. Para sustentá-lo,
empregou um método comparativo, do qual foi um dos pioneiros, bem como usou
dados etnológicos. Utilizou dados da historia, da psicologia e da biologia.
Desta ultima se serviu para desenvolver a sua teoria organicista.
Estava convencido de que a sociologia deve proceder
comparando grupos sociais históricos, de modo a descobrir o que tem em comum.
Faz questão de salientar que a evolução social não depende da vontade humana.
Tanto a evolução social, como o progresso, são necessários, não dependendo do
homem.
Como Comte, Spencer acreditava que os agrupamentos
humanos podiam ser estudados cientificamente, e em seu notável trabalho
"Os Princípios da Sociologia" (1874-1896), ele desenvolveu uma teoria
de organização social do homem, apresentando uma vasta série de dados
históricos e etnográficos para fundamentá-la. Para Spencer, todos os domínios
do universo físico, biológico e social - desenvolvem-se segundo
princípios semelhantes. E a tarefa da sociologia é aplicar esses princípios ao
que ele denominou de campo superorgânico, ou o estudo dos padrões de relações
dentre os organismos.
Spencer retorna a questão de Comte: o que mantém
unida a sociedade quando esta se torna maior, mais heterogênea, mais complexa e
mais diferenciada? A resposta de Spencer em termos gerais , foi muito simples:
sociedades grandes complexas, desenvolvem: 1) interdependências dentre seus
componentes especializados; e 2) concentrações de poder para controlar e
coordenar atividades dentre unidades interdependentes. Para Spencer a evolução
da sociedade engloba o crescimento e a complexidade que é gerenciada pela
interdependência e pelo poder. Se os padrões da interdependência e
concentrações de poder falham ao surgir na sociedade, ou são inadequados à
tarefa , ocorre a dissolução, e a sociedade se desmorona.
Ao desenvolver resposta à questão básica de Comte,
Spencer fez uma analogia aos corpos orgânicos, argumentando que as sociedades,
como organismos biológicos, devem desempenhar certas funções-chave se elas
quiserem sobreviver. As sociedades devem reproduzir-se; devem produzir bens e
produtos para sustentar os membros ; devem prover a distribuição desses
produtos aos membros da sociedade; e elas devem coordenar e regular as
atividades dos membros. Quando as sociedades crescem e se tornam mais
complexas, revelando muitas divisões e padrões de especialização , estas
funções chave tornam-se distintas ao longo de três linhas: 1) a
operacional (reprodução e produção ), 2) a distribuidora (o fluxo de materiais
e informação), 3) a reguladora (a concentração de poder para controlar e
coordenar).
Spencer é mais bem lembrado por instituir uma
teoria na sociologia conhecida como funcionalismo. Essa teoria expressa a idéia
de que tudo o que existe em uma sociedade contribui para seu funcionamento
equilibrado; de que tudo o que nela existe tem um sentido, um significado.
4 Le
Play (1806-1882) - Pioneiro do Método Monográfico
Le Play tem o mérito de ter sido um dos primeiros a
encarar o social dentro de uma perspectiva científica. Fez escola e foi um dos
construtores da metodologia sociológica.
Tratando das ciências sociais, não formulou conclusões
apressadas, pois reconhecidas que só depois da observação dos fatos se podem
atingir resultados aceitáveis. Para atingi-los, imaginou uma técnica a
monografia, da qual é pioneiro.
Estabelecendo o elemento mais simples da sociedade,
o sociólogo deve evitar o estabelecimento de conclusões logo após apressadas
suas observações. Não se deve limitar-se a observar seu meio. Deve preferir
observar grupos sociais que não lhe são familiares, pois os que lhe estão
próximas podem ser vistos à luz do prisma de sua crenças ou preferenciais.
Deve-se afastar de seu habitat, conhecer povos diferentes, enfim, viajar.
Acreditando que as viagens proporcionam observação
direta de costumes e organizações sociais diferentes, Le Play percorreu a
Europa, não como turista, mas como estudioso de questões sociais: observando,
anotando e analisando.
Segundo Le Play, não seria o indivíduo isolado o
elemento fundamental para a compreensão da sociedade, mas sim a unidade
familiar. Estudou diversas famílias de trabalhadores sob a industrialização e
pôde observar que elas estavam mais instáveis do que anteriormente. Le Play
acreditava que se os respectivos papéis tradicionais do homem e da mulher
dentro da família fossem resgatados, as famílias e a própria sociedade poderiam
adquirir mais equilíbrio.
O grande mérito de Le Play foi ter introduzido nas
ciências sociais a observação direta, isto é, a observação metódica,
controlável e objetiva. Escolheu, como ponto de partida de suas observações,
como forma de vida social mais elementar e simples, bem como mais comum entre
os povos, a família.
5 Karl
Marx (1818 1883) Sociologia crítica e econômica
Economista, filósofo e socialista, Karl Marx nasceu
em Trier em 05 de maio de 1818, e faleceu em Londres no dia 14 de março de
1883.
Em 1844 conhece Friedrich Engels: é o começo de uma
grande amizade. Em 1848, Marx e Engels publicaram o folheto O Manifesto
Comunista, primeiro esboço da teoria revolucionária que, mais tarde, seria
chamada marxista. Em 1867 publicou o primeiro volume da sua obra principal: O Capital.
O ponto de partida do pensamento marxista é a
consciência de que toda história humana parte da existência de seres humanos
vivos, onde, partindo deste princípio valorização do homem buscam
alcançar as transformações necessárias para uma sociedade mais justa,
igualitária e humana. A teoria marxista também procura explicar a evolução das
relações econômicas nas sociedades humanas ao longo da história a
história da humanidade seria constituída por uma permanente luta de classes.
Em sua obra O Capital, Marx analisa em profundidade
a gênese e o desenvolvimento das categorias que estruturam a sociedade burguesa
ou capitalista, bem como as possibilidades de superação das mesmas.
O modo de produção do capital só pode existir
quando se generaliza a produção de mercadorias. Isto quer dizer que todos os
bens produzidos pelo trabalho somente realizam sua utilidade, que é satisfazer
necessidades humanas, mediante a troca.Esses bens não são apropriados e
consumidos segundo as necessidades, mas através da troca, ou seja, se os homens
não possuírem mercadorias estão excluídos do processo de troca e, por
conseguinte, impedidos de satisfazerem suas necessidades vitais. O processo de
produção da existência resume-se, portanto, a um processo de produção de
mercadorias.
O capital pressupõe a formação de duas classes
sociais opostas e complementares:
Burguesia (Interesse em produzir para obter lucros)
e o Proletariado (Vende a sua força de trabalho para obtenção dos meios de
subsistência para a manutenção da própria vida).
O salário refere-se ao tempo de trabalho necessário
para a produção da força de trabalho, do qual constam os tempos necessários
para a produção de todos os meios de subsistência para a manutenção da vida dos
trabalhadores.
A força de trabalho é remunerada pelo seu valor; no
entanto, ela produz um valor maior do que o seu próprio valor, que corresponde
a outra parcela da jornada de trabalho. Esse excedente que Marx denomina
de mais valia se produz durante a jornada institucionalizada de trabalho.
Trata-se de um trabalho não pago, de modo que a origem do capital se fundamenta
na apropriação privada do trabalho excedente.
Segundo Marx, as características fundamentais do
capitalismo são: Generalização da produção de mercadorias; Valor de troca;
Separação entre produtores diretos e os meios de produção; Transformação da
força de trabalho em mercadoria. A Produção de mercadorias visa o lucro.
Marx queria a inversão da pirâmide social: o
Proletariado sobre a Burguesia. Ele acreditava que a inversão da pirâmide
social era a única força capaz de destruir a sociedade capitalista e construir
uma nova sociedade socialista. Tentou demonstrar que no capitalismo
sempre haveria injustiça social, e que o único jeito de uma pessoa ficar rica e
ampliar a sua fortuna seria explorando os trabalhadores, ou seja, o
capitalismo, que de acordo com Marx é agressivo.
O Estado é tratado por Marx e Engels como o poder
público dominado pela classe que detém o poder sobre os meios de produção.
Significa, portanto, que se as classes desaparecerem esses poder público perde
o seu caráter de classe (poder político), mas não deve desaparecer enquanto
poder público.
Seria uma ingenuidade pensar que a sociedade
comunista de Marx e Engels vai eliminar os conflitos e as disputas entre os homens.
O que ela se propõe a eliminar são os conflitos de classe, enquanto fundamento
das desigualdades, das injustiças sociais, da opressão e da alienação a que
estão submetidos os homens na sociedade capitalista.
Há ainda outra importante faceta do trabalho de
Marx: a função militante do sociólogo. O objetivo da análise é expor a
desigualdade e a exploração em situações sociais e, assim fazendo, desempenhar
papel militante para superar essas condições. Os sociólogos não devem apenas
ficar na platéia; eles devem trabalhar para mudar o mundo social de modo a
reduzir as desigualdades e a dominação de um segmento da sociedade pelo outro.
Marx propõe a superação do modo de produção capitalista e a uma nova forma de
produção com base no coletivismo. Esse programa permanece ainda como fonte de
inspiração para muitos sociólogos que participam como militantes no mundo
social.
6
Gabriel Tarde (1843 1904) Teoria da imitação Psicossociologia
Tarde reduziu os fenômenos sociais a processos
mentais, principalmente à imitação, que teria sua origem na invenção. Esta
produtora das transformações sociais, seria individual, dependo de poucos,
enquanto a imitação, coletiva, necessitando sempre de mais de uma pessoa.
Assim, o processo social caracteriza-se pela 'invenção' de poucos e 'imitação'
de mitos.
Portanto, para o sociólogo francês Gabriel Tarde,
não há vida social sem imitação. Na sua definição, sociedade é "uma
coleção de seres com tendência a se imitarem entre si, ou que, sem se imitarem,
atualmente se parecem, e suas qualidades comuns são cópias antigas de um mesmo
modelo." Tarde vai além, de forma bem clara: "nós imitamos os outros
a cada instante, a não se que nós inovemos, o que é raro." Muito raro:
"pois nossas inovações são em sua maior parte combinações de exemplos
anteriores" e "permanecem estranhas à vida social se não forem
imitadas."
Para ele não há outra realidade senão a existência
de consciências individuais. Os indivíduos, por sua vez, não se unem uns aos
outros senão a partir do momento em que adotam um modelo de referência e imitam
esse modelo. Esta imitação não se faz sem resistência, sem oposição; mas é ela
que permite a adaptação social, a vida em sociedade, o liame social.
A obra de Tarde vem sendo objeto de reedições e
comentários, pois sua temática, ao discutir a imitação, a invenção, o público,
as multidões e os meios de comunicação, mostra-se de uma atualidade
contundente, aportando paradigmas plenamente válidos, como ferramentas a
serviço daqueles a quem cabe interpretar a realidade, o direito e a sociedade.
7
Emile Durkhiem (1858 1917) Realismo Sociológico
Durkheim assistiu e participou de acontecimentos
marcantes e que podemos notar diretamente em sua obra, pelas conseqüências
diretas da derrota francesa e das dívidas humilhantes da guerra, e por uma
série de medidas de ordem política.
Vivenciou em momento de crises econômicas, onde
provocaram conflitos entre as classes trabalhadoras e os proprietários dos
meios de produção, influenciando assim, sua afirmação de que os problemas da
sociedade européia eram "morais" e não econômicos, acontecendo
freqüentemente devido à fragilidade da época.
Desenvolveu um método próprio para seus estudos,
incluindo o suicídio, devido ao enorme índice constatado por ele. Acreditava
também, que os seus estudos pudessem ajudar a sociedade futuramente.
Ele parte do princípio que o homem seria apenas um
animal selvagem que só se tornou Humano porque se tornou sociável, ou seja, foi
capaz de aprender hábitos e costumes característicos de seu grupo social para
poder conviver no meio deste. A este processo de aprendizagem, Durkheim chamou
de "Socialização", a consciência coletiva seria então formada durante
a nossa socialização e seria composta por tudo aquilo que habita nossas mentes
e que serve para nos orientar como devemos ser, sentir e nos comportar. E esse
"tudo" ele chamou de "Fatos Sociais", e disse que esses
eram os verdadeiros objetos de estudo da Sociologia.
A sociedade não seria simplesmente a realização da
natureza humana, mas, ao contrário, aquilo que é considerado natureza humana é,
na verdade, produto da própria sociedade. Os fenômenos sociais são considerados
por Durkheim como exteriores aos indivíduos, e devem ser conhecidos não por
meio psicológico, pela busca das razões internas aos indivíduos, mas sim
externamente a ele na própria sociedade e na interação dos fatos sociais.
Fazendo uma analogia com a biologia, a vida, para Durkheim, seria uma síntese,
um todo maior do que a soma das partes, da mesma forma que a sociedade é uma
síntese de indivíduos que produz fenômenos diferentes dos que ocorrem nas
consciências individuais (isto justificaria a diferença entre a sociologia e a
psicologia).
Para Durkheim, os fatos sociais possuem uma
realidade objetiva e, portanto, são passíveis de observação externa. Devem,
desta forma, ser tratados como "coisas".
Características dos fatos Sociais:
Generalidade: é a comunhão no pensar, agir e sentir
de um grupo de pessoas. Todos tem os 'mesmos' comportamentos, seguem os mesmos
parâmetros e limites.Exterioridade: é aquele fato que este intrínseco no
indivíduo. Mesmo que o indivíduo queira roubar, matar ou cometer qualquer ato
ilícito, ele não o fará, mas não por que está proibido pela lei para tais atos,
mas por estar acima de sua vontade o limite do que pode ou não ser feito.
Coercitividade: É a obrigação do indivíduo a seguir
determinada orientação, conceito ou norma já preestabelecida pela sociedade
(Estado).
Durkheim inverte a visão filosófica de que a
sociedade é a realização de consciências individuais. Para ele, as consciências
individuais são formadas pela sociedade por meio da coerção. A formação do ser
social, feita em boa parte pela educação, é a assimilação pelo indivíduo de uma
série de normas, princípios morais, religiosos, éticos, de comportamento, etc.
que balizam a conduta do indivíduo na sociedade. Portanto, o homem, mais do que
formador da sociedade, é um produto dela.
8
Georg Simmel (1858 1918) Formalismo Sociológico
Simmel fez sociologia dentro do ponto de vista
filosófico. Se destacou como um dos representantes do movimento filosófico que
dominava nos meios universitários alemães: o neokantismo.
Portanto, Simmel trouxe para a sociologia a
filosofia de Kant. Pensou em construir uma sociologia capaz de fornecer visão
unitária do social, apenar da infinita variedade das relações sociais.Se
diferenciou no campo do estudo dos fenômenos sociais em razão de seu interesse
pela análise microssociológica, que se refere à investigação da sociedade, mas
a partir das ações e reações dos atores sociais em interação.
A sociologia formal é uma perspectiva teórica que
está muito próxima da chamada "sociologia da ação", e ambas se
contrapõem às concepções teóricas de caráter macrossociológico, como o
estruturalismo, o funcionalismo e o neomarxismo.
A partir das concepções filosóficas kantianas,
Simmel concluiu que a realidade social é extremamente complexa, e até certo
ponto caótica, em relação aos significados. O conhecimento dos fenômenos
sociais, que ocorrem imersos nessa realidade e que interessam ao cientista
social, só são passíveis de serem apreendidos (ou compreendidos) mediante a
adoção de categorias ou modelos analíticos.
As categorias e modelos analíticos servem para
ordenar o pensamento de modo que se possa interrogar e interpretar a realidade.
Um modelo ou categoria analítica é uma simplificação do real porque opera com
base na abstração, num esforço de separação dos fenômenos sociais que estão
imersos na complexa realidade social, tanto em seus aspectos sociológicos como
históricos.
De acordo com Simmel, os modelos e categorias
analíticas não são proposições arbitrárias e nem recursos empregados apenas
pelos cientistas sociais que interrogam o real, pois são também utilizados
pelos próprios indivíduos que integram a sociedade, como recurso de ação e
interação social.
Por, Simmel abriu as portas para a sociologia
analítica e teve o mérito de ter despertado o interesse dos sociólogos pelo
processo de conflito.
9
Leopold Von Wiese (1876 1969) Sociologia das Relações Sociais
Von Wiesse seguiu, de modo geral, as linhas
fundamentais do formalismo sociológico instaurado por Simmel, porém, e nisso
está a sua originalidade, sem os pressupostos filosóficos deste. Denomina-se a
sua teoria de "sociologia das Relações sociais", a fim de evitar
confusões com o formalismo filosófico de Simmel.
Começa definindo a Sociologia que para ele é
a ciência autônoma como estudo da 'socialificação' e da
'dissocialificação'. É a ciência que gira em torno de processos, distâncias e
formações sociais.
O objeto da Sociologia é dado pelos "processos
sociais ou inter-humanos. Daí sua tarefa consistir em: 1º abstrair o social ou
inter-humano do resto da vida humana; 2º constatar os efeitos do social e o seu
modo de produção; 3º restituir o social ao conjunto da vida humana para tornar
compreensíveis suas relações com esta.
Von Wiese pensa que, no plano social, os homens ou
se unem entre si (aproximam-se), ou se evitam (afastam-se). Aproximação e
afastamento ou separação, eis, pois, as formas fundamentais de relações
sociais.
10
Vilfredo Pareto (1848 1923) Mecanicismo Sociológico.
As idéias de Pareto podem ser classificadas na
corrente do pensamento sociológico conhecida por mecanicismo sociológico, que
originaria do século XIX, é, juntamente com o mecanicismo filosófico,
influenciada pelo progresso das Ciências Físico-Químicas, alcançado no século
passado.
Pareto, como os demais mecanicistas, pesando com
categorias, terminologia, leis da física e da mecânica, fez também largo uso do
pensamento matemático. Daí ter empregado equações, símbolos e raciocínio
matemático no desenvolvimento de sua teoria. Devido a tal modo de pensar,
afirma ser ele um dos fundadores da sociologia Matemática.
Matemática e mecânica, eis, pois, os pressupostos
de sua teoria, que, combinados com a observação, essencial aos fenômenos
sociais, levaram Pareto a estabelecer uma metodologia que transforma a
sociologia em ciência lógico-experiemental.
A sociologia, diz Pareto, deve-se fundar não em
dogmas ou em axiomas, mas na experiência e na observação. Desta forma propôs
estudar os 'fatos sociais' com único fim de descobrir suas uniformidades (leis)
e as relações que os entrelaçam.
Em 1897 executou um estudo sobre a distribuição de
renda e de riquezas em diferentes países. Através deste estudo concluiu que uma
minoria (20%) das pessoas controlam a grande maioria (80%) da riqueza. O efeito
de Pareto pode ser observado também no Controle de Qualidade onde normalmente
80% dos problemas se originam de apenas 20% das causas.
O gráfico de Pareto é utilizado para mostrar a ação
do princípio.Os dados são colocados de tal forma que os poucos fatores que
causam a maioria dos problemas podem ser observados.
Na sociologia, Pareto contribuiu para a elevação
desta disciplina ao estudo ao estatuto de ciência. Sua recusa em atribuir um
caráter utilitário, á ciência, mas antes apontar para sua busca pela verdade
independente de sua utilidade, o faz distinguir como objeto da sociologia as
ações não-lógicas diferentemente do objeto da economia como sendo as ações
lógicas.
O homem para Vilfredo Pareto não é um ser racional,
mas um ser que raciocina tão somente. Freqüentemente este homem tanta atribuir
justificativas pretensamente lógicas para suas ações ilógicas deixando-se levar
pelos sentimentos.
11 Max
Weber (1864 1920) Sociologia Compreensiva
Sociólogo e economista político alemão, um dos
fundadores da sociologia moderna, acadêmico cujos estudos do capitalismo, de
religiões comparadas, de sistemas de classes e sistemas sociais, juntamente com
as suas contribuições a metodologia das ciências sociais, ainda são de grande
importância. Na opinião de Weber, a tendência da civilização do ocidente tem
sido rumo a racionalização, conduzida pela crença no progresso por intermédio
da razão, que abriu caminho para o desenvolvimento das organizações sociais,
políticas e econômicas que diverge da maioria das outras culturas.
Essa opinião esta expressa de maneira marcante na
obra mais famosa e controversa de Weber, A Ética Protestante e o Espírito do
Capitalismo (1904-1905). Nela, Weber atribuía a ascensão e o crescimento do
capitalismo - fenômeno claramente ocidental que só há pouco tempo foi exportado
para o resto do mundo em parte, à ética prática contida na teologia
protestante, em especial na teologia calvinista.
Weber procurou criar uma metodologia válida para a
sociologia fundamentada em valor-liberdade, a fuga dos juízos de valor que
compromete a pesquisa; a construção de tipos ideais, ou conceitos
generalizados, em comparação aos que se possam analisar os sistemas e os
fenômenos; e o que ele chamava de Verstehen "entendimento" em
alemão, mas que também implica a interpretação das atividades sociais segundo
seu significado subjetivo tanto para os "agentes" quanto para o
pesquisador.
O método compreensivo, defendido por Weber,
consiste em entender o sentido que as ações de um indivíduo contêm e não apenas
o aspecto exterior dessas mesmas ações. Se, por exemplo, uma pessoa dá a outra
um pedaço de papel, esse fato, em si mesmo, é irrelevante para o cientista
social. Somente quando se sabe que a primeira pessoa deu o papel para a outra
como forma de saldar uma dívida (o pedaço de papel é um cheque) é que se está
diante de um fato propriamente humano, ou seja, de uma ação carregada de sentido.
O fato em questão não se esgota em si mesmo e aponta para todo um complexo de
significações sociais, na medida em que as duas pessoas envolvidas atribuem ao
pedaço de papel a função do servir como meio de troca ou pagamento; além disso,
essa função é reconhecida por uma comunidade maior de pessoas.
O objeto da Sociologia é a ação social. Ação social
é aconduta humana dotada de sentido (justificativa subjetivamente elaborada).
É importante diferenciar ação social de relação
social. No primeiro caso, a ação é orientada pela conduta do outro. Na Segunda
a ação é orientada pelo sentido compartilhado reciprocamente por um grupo de
agentes.
Tipos de ação social:
Ação racional com relação a um objetivo (tem um fim
previamente determinado). Ex: a ação política.
Ação racional com relação a valor (relacionado à
moral). Ex: condutas ligadas às manifestações religiosas.
Ação afetiva ( ditado pelo estado de consciência ou
humor do sujeito). Ex: o ciúme entre os casais.
Ação tradicional (ditado por valores culturais absorvidos
pelo sujeito como naturais, obedecendo a reflexos).
É para orientar o cientista na compreensão da ação
social e, conseqüentemente dos fenômenos sociais que faz-se necessário a
construção do tipo ideal.
Para ele a sociedade não "paira" sobre os
indivíduos e nem lhes é superior. As regras e normas sociais são resultados de
um conjunto complexo de ações individuais, nas quais os indivíduos escolheriam
diferentes formas de conduta. Há portando um privilégio da parte (indivíduo)
sobre o todo (sociedade)
A sociologia weberiana concebe a sociedade como um
eterno fluir, um conjunto inesgotável de acontecimentos que aparecem e
desaparecem, estando sempre em movimento devido a um elemento básico: a ação
social que implica uma concepção do homem como indivíduo ativo a partir de um
processo de conexão valorativa do homem visando o real.
A contribuição de Weber para a Sociologia:
·A busca da análise histórica e da compreensão
qualitativa para a compreensão dos processos históricos e sociais.
·Descoberta da subjetividade na ação e pesquisa
social.
·Desenvolveu uma forma de análise específica para
as ciências sociais, diferenciando-a das ciências exatas e da natureza.
·Desenvolveu trabalhos na área de história
econômica, buscando as leis de desenvolvimento das sociedades.
·Estudou as relações entre o meio urbano e o
agrário.
12
Pitrim Aleksandrovich Sorokin (1899 - 1968) Teoria das Flutuações dos sistemas
socioculturais e da mobilidade social.
Sorokin preocupou-se com o processo de civilização,
ou seja, estudou a dinâmica das civilizações, independente das sociedades que s
produziram ou que a elas serviram de suporte.
Sorokin levou a cabo um estudo profundo do que
diferentes povos consideraram como valioso durante a história. Dividiu os
sistemas de valores humanos em duas categorias principais que denominou de
empírica e idealista. O sistema de valores empírico atribui valor ao que pode
ser percebido pelos sentidos físicos. O sistema de valores idealista atribui
valor a conceitos intelectuais e espirituais. Sorokin descobriu que o que é
considerado valioso pelas pessoas influencia suas crenças, suas estruturas
sociais e políticas e também sua arte.
Os povos que mantêm o ponto de vista empírico
chegam à sua verdade por meio da observação física e crêem que a relação entre
causa e efeito é invariável e determinada inteiramente pelo acaso. Os povos que
mantêm o ponto de vista idealista chegam à verdade por inspiração ou revelação
de Deus e crêem que as causas verdadeiras se encontram em um mundo além do
mundo sensorial. Os povos que mantêm a visão empírica identificam o bem com a
felicidade, os povos que mantêm a visão idealista crêem que o bem está
determinado por princípios. Os povos que mantêm a visão empírica atribuem ao
indivíduo uma importância capital e crêem que a sociedade é valiosa somente na
medida em que ajuda o indivíduo a alcançar a satisfação completa de seus
impulsos egocêntricos. Os ricos, os militares ou aqueles que dominam
materialmente são os dirigentes da sociedade empírica. Os povos que mantêm a
visão idealista crêem que o bem global é prioritário e os direitos individuais
podem ser suspensos em benefício do todo. Os sacerdotes ou líderes espirituais
dirigem a sociedade idealista.
Sorokin tem o mérito de ter feito profunda analise
do aspecto interior do social, principalmente da 'intencionalidade'.
13
KarlMannheim (1893 1947) Relacionalismo Sociológico.
Sociólogo húngaro Karl Mannheim foi um dos grandes
impulsionadores da Sociologia do Conhecimento. Na sua obra "Ideologia e
Utopia", publicado em 1929, faz uma abordagem inovadora da relação entre o
conhecimento e a realidade, afirmando que é esta relação que determina o
conteúdo das ideias. Merece também destaque o seu contributo na divulgação da
sociologia nos Estados Unidos e em Inglaterra, transportando-a, pela primeira
vez, para fora da esfera germânica.
O marxismo exerceu inicialmente uma forte
influência sobre o pensamento de Mannheim, mas acabou abandonando-o, em parte
por não acreditar que fossem necessários meios revolucionários para atingir uma
sociedade melhor. Seu pensamento assemelha-se em certos aspectos aos de Hegel e
Comte: acreditava que, no futuro, o homem iria superar o domínio que os
processos históricos exercem sobre ele. Foi também muito influenciado pelo
historicismo alemão e pelo pragmatismo inglês.
Segundo Mannheim, a influência desses fatores é da
maior importância e sua investigação deveria ser o objeto de uma nova
disciplina: a sociologia do conhecimento. Cada fase da humanidade seria
dominada por certo tipo de pensamento e a comparação entre vários estilos
diferentes seria impossível. Em cada fase aparecem tendências conflitantes,
apontando seja para a conservação, seja para a mudança. A adesão à primeira
tende a produzir ideologias e a adesão à segunda tende a produzir utopias.
O pensamento de Mannheim foi ciriticado sob
alegação de, através do historicismo, conduzir ao relativismo. Mannheim negou
essa crítica, afirmando que o relativismo só existe dentro de uma concepção
absolutista das ideologias ou de qualquer forma de pensamento.
Outras investigações importantes de Mannheim
compreendem estudos sobre as relações entre pensamento e ação. Sua contribuição
para a teoria do planejamento e para a caracterização das sociedades de massa
tem especial destaque.
14
Alfred Karl David Weber (1868 1958)Sociologia da Cultura
Foi um economista alemão, um sociólogo e teórico da
cultura. Entre 1907 e 1933 ele foi professor na Universidade de Heidelberg até
ser demitido por causa do seu criticismo a Hitler e sua ideologia. Foi
reabilitado em 1945 e continuou a dar aulas até 1958.
Alfred Weber foi irmão de Max Weber, um outro
sociólogo, ainda mais influente. Weber apoiou a reintrodução da teoria e
modelos causais ao campo da Economia, para complementar a análise histórica.
Nessa área, o seu trabalho foi pioneiro na modelação da localização industrial.
Ele viveu num período em que a sociologia se tornou
um campo científico autónomo. Weber manteve-se na linha da tradição da
filosofia da história. Nesta área, ele fez contribuições com teoria analisando
a mudança social na civilização ocidental como uma confluência de civilização
(intelectual e tecnológica), processos sociais (organizações) e cultura (arte,
religião e filosofia). Ele levou a cabo análises empíricas e históricas acerca
do crescimento e distribuição geográfica das cidades e do capitalismo.
Weber viveu na Alemanha Nazista durante a Segunda
Guerra Mundial mas foi uma figura de destaque da oposição intelectual.
15
Hans Freyer (1887 1968 ) Epistemologia Sociológica
Hans Freyer, que formulou um ssitema de Sociologia
à luz da fiklosofia de Hegel, preocupa-se principalmente com oproblema d
anatureza do objeto da sociologia e com o d aprópria sociologia como ciencia
Reconhece que sua obra é uma combinação de
filosofia com sociologia. Dentro do mais puro historicismo, considera o social
essencialmente marcado epelo histórico. Acha que a Sociologia só quendo
efetivamente reconhece o "caráter histórico" do social é cienica
autentica.
A sociologia é a autoconsciencia cientifica da
realidade social. Desta forma Freyer derruba o muto divisório que separa
filosofia da ciencia. Igualmente filosófico é o modo como ele vê a sociedade:
manisfestação de verdadeira vontade, isto é, do conteudo essencial d avontade
do presente. Elaborou assim uma teoria filosófica da sociedade, e não uma sociologia
como ciencia da realidade.
16
Georges Gurvitch (1894 1965)Sociologia Profunda
Georges Gurvitch é, possivelmente, um dos últimos
pensadores sociais que tiveram a audácia de propor um sistema próprio de
compreensão global do fenômeno humano, buscando uma união entre uma filosofia
pluralista, de origem fichteana, uma formação fenomenológica e as aquisições da
ciência social de inspiração mais positivista.
Apesar desta posição preeminente, Georges Gurvitch
é, e cada vez mais, um autor marginal em relação ao que se denomina,
atualmente, "sociologia científica". Esta marginalidade não é somente
uma questão de ponto de vista, mas de fato. Esta marginalidade pode ser
explicada, em primeira aproximação, pelo fato de que a moderna sociologia científica
renunciou à tentativa de elaborar sistemas globais ou globalizantes, em
benefício das "teorias de alcance médio", que partem da constatação
do fato de que não existe, ainda, a suficiente acumulação de pesquisas que
possa dar base a um sistema sociológico suficientemente abrangente.
O Pluralismo sociológico de Gurvitch tem o mérito
de destacar setores da realidade social até então desapercebidos para os
sociólogos. Tal pluralismo amplia o campo e o objeto da sociologia. Mas, ao
assim proceder, trouxe para a sociedade questões fronteiriças com a Filosofia,
com a história, com a moral e com a psicologia, nas quais é muitas vezes
difícil ao sociólogo se manter no campo puramente sociológico.
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Alfred Sauvy (1898 - ? ) Sociologia Demográfica
Na atualidade, um dos grandes trabalhos sobre
sociologia demográfica foi feita por Sauvy, onde ela é dividia em duas partes:
uma que estuda, a luz da economia, o problema população, e outra, denominada
biologia social, que trata, sociologicamente, desta questão.
Sauvy, depois de versar sobre a população
primitiva, ocupa-se demoradamente da população da sociedade desenvolvida,
analisada em função da noção de população ótima.
18
Jacob Moreno (1892 1974) Sociometria
Psiquiatra judeu, nascido na Romênia do fim do
século passado, Moreno cresceu em Viena - cidade-berço do Psicodrama e da
Socionomia. Sua adolescência foi marcada por dificuldades familiares e pelo
fato de ser um judeu vivendo na Europa numa época de profundas convulsões
sociais.
As principais correntes ideológicas do século XX
rejeitavam a religião e repudiavam a idéia de uma comunidade baseada no amor,
altruísmo, bondade e santidade. Ao contrário, Moreno se colocou do lado de uma
religião positiva. Sua ideologia se baseava em três princípios. O primeiro
dizia que a espontaneidade e a criatividade são as verdadeiras forças
propulsoras do progresso humano; mais importantes, em sua opinião, que a libido
e as causas sócio-econômicas. O segundo dizia que o amor e o compartilhar mútuo
são a base da vida em grupo. Enfim, o terceiro dizia que podia-se construir uma
comunidade dinâmica baseada nesses princípios.
Após a Primeira Guerra Mundial, publicou "A
filosofia do aqui e agora" e "As palavras do pai", em que expõe
sua posição filosófico-religiosa. A esta ele sempre se manteve fiel. Mas sua
linha de pensamento foi relegada para segundo plano pelos círculos
intelectuais. No entanto, sua filosofia era a base teórica das técnicas de
sociometria, psicodrama e terapia de grupo, que foram universalmente aceitas
fora do contexto ideológico que as inspirou. Já para Moreno, sua doutrina
constituía a parte mais revolucionária de seu trabalho.
A sociometria funda-se em um dos aspectos do
social: o emocional.Todavia a sociometria é eficiente quando aplicada a
pequenos grupos, apesar da perspectiva parcial com que encara fenômenos neles
ocorridos.É de grande utilidade quando aplicada em fábricas, estabelecimentos
comerciais ou repartições com o objetivo de descobrir líderes, formar equipes,
a fim de obter melhor produtividade. É útil também a colégios, universidades,
etc. assim, é técnica útil à sociologia industrial e a educacional.
19
Talcott Parsons (1902 1979) - Teoria da Ação social
Talcott Parsonsfoi seguramente o sociólogo
norte-americano mais conhecido em todo o mundo. Em geral, seus críticos
entenderam-no como um pensador conservador, preocupado basicamente com o bom
ordenamento da sociedade, sem ter muita tolerância para com a desconformidade
ou a dissidência dos que podiam manifestar-se contra ela. Sua obsessão era
determinar a função que os indivíduos desempenhavam na estrutura social visando
a excelência das coisas. Era um estudioso da Estratificação Social não da
mudança ou da transformação. Considera-se que a concepção social dele tenha
sido influenciada diretamente pelo antropólogo Bronislaw Malinowski, um
funcionalista , fortemente marcado pela biologia, daí verem em Parsons um
admirador da organização de um formigueiro, no qual o papel dos indivíduos (das
operárias à rainha-mãe) esta devidamente pré-determinado e ordenado em função
da manutenção e aperfeiçoamento de um sistema maior.
A nova maneira de produzir os manufaturados começou
a ser adotada em larga escala a partir da Primeira Guerra Mundial,
difundindo-se de modo impressionante nos anos de 1920 por boa parte do mundo.
Pode-se então dizer que Talcott Parsons foi, antes de tudo, o intelectual
orgânico das novas técnicas produtivas adotadas pelas industrias: o taylorismo
e o fordismo.
Agindo então tal como se fora um capataz de fábrica
ou um engenheiro de produção, ele naturalmente via qualquer dissonância,
crítica, protesto ou greve, como algo perturbador, como um "desvio",
quando não uma expressão da patologia, que atrapalhava o todo. Para ele o
sistema, como qualquer outro corpo biológico, não só era estável como buscava
ser harmonioso, equânime e consensual, tendo manifestado hostilidade à
perturbações desencadeadas por ataques de "bacilos".
Desinteressando-se dos aspectos da transformação social sua inclinação deu-se
em favor do equilíbrio e do consenso. Naturalmente que isso o posicionou a
entender o indivíduo como expressão das estruturas, as quais ele devia manter e
preservar. Caso isso não ocorresse entravam em ação os mecanismos do Controle
Social (moral, ética, sistema jurídico e penal, etc.), como um instrumento
preventivo ou corretivo.
O objetivo de qualquer sociedade era alcançar a
homeostasis, a manutenção da estabilidade, do equilíbrio permanente, fazendo
com que só pudéssemos entender uma parte qualquer a ser estudada em função do
todo. Se bem que a organização de formigueiro pudesse atraí-lo, seguramente foi
a racionalidade da produção fabril quem determinou a concepção da Teoria Social
dele.
Expressões como "adaptação",
"integração", " manutenção", largamente utilizadas por
Talcott Parsons, colocam-no claramente no campo conservador do pensamento
sociológico, alguém que via a política apenas como um instrumento de garantia
do bom andar do todo, jamais como instrumento da transformação.
Conclusão
Concluímos que a Sociologia, através de seus
métodos de investigação científica, procura compreender e explicar as
estruturas da sociedade, analisando a relações históricas e culturais criando
conceitos e teorias a fim de manter ou alterar as relações de poder nela
existentes. Possui objetivos de manter relações que estabelecem consciente ou
inconscientemente, entre pessoas que vivem numa comunidade, num grupo social ou
mesmo em grupos sociais diferentes que lutam pra viverem em harmonia uns com
outros estabelecendo limites e procurando ampliar o espaço em que vivem para
uma melhor organização. Isto por que, cada pensador, cada sociólogo foi
importante, com sua reflexão, para a construção de um todo. Particularmente,
cada um em sua época pode perceber a fragilidade da sociedade construir
soluções para ela. No decorrer das décadas, algumas teorias forma criticadas e
outras aceitas, mas em suma, o importante foi que todo o pensar destes
sociólogos resultou no que vivemos hoje, não numa sociedade amenizada de
conflitos, mas numa sociedade habitável.
Referências
ARANHA, Maria L. de Arruda. Filosofando: Introdução
à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1986.
GUSMÃO, P. dourado de. Teorias Sociológicas. 2ª
Ed. Rio de Janeiro: Forense, 1967.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Auguste_Comte. Acesso
em 26 de Agosto de 2009.
http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/tarde.html.
Acesso em 26 de Agosto de 2009.
http://www.culturabrasil.pro.br/durkheim.htm.
Acesso em 26 de Agosto de 2009.
http://recantodasletras.uol.com.br/artigos/645632.
Acesso em 26 de Agosto de 2009.
http://www.pucrs.br/famat/statweb/historia/daestatistica/biografias/Pareto.htm.
Acesso em 26 de Agosto de 2009.
http://sociologia.incubadora.fapesp.br/portal/publicacoes-1/apostilas/introdsocio/view.
Acesso em 26 de Agosto de 2009.
TOMAZI, Nelson Dacio. Introdução à Sociologia. 2ª
Ed. São Paulo: Atual, 2000.
Leia mais em:
http://www.webartigos.com/artigos/a-sociologia-e-as-teorias-sociologicas/23914/#ixzz3DR8l1aED
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