Colégio Estadual
Professor Júlio Szymanski
3 anos A, B
e C - Regulares
Estética e Sociedade
1. Cultura
Ø É toda forma de intervenção humana na natureza.
Ø Transmitida de
geração a geração, nas diferentes sociedades;
Ø Criação exclusiva dos
seres humanos;
Ø Múltipla e variável,
no tempo e no espaço, de sociedade para sociedade.
1.1 O conceito de cultura e o conceito de humanidade
Uma vez parte da estrutura humana, a cultura
define a vida, e o faz não através das pressões de ordem material, mas de
acordo com um sistema simbólico definido, que nunca é o único possível.
A cultura, portanto, constitui a utilidade,
serve de lente através da qual o homem vê o mundo e interfere na satisfação das
necessidades fisiológicas básicas.
Embora nenhum indivíduo conheça totalmente o
seu sistema cultural, é necessário ter um conhecimento mínimo para operar
dentro do mesmo.
2 Diversidade cultural
São as diferenças culturais entre as pessoas,
como a linguagem, vestimenta e tradições, bem como a forma como sociedades
organizam-se, a sua concepção da moral e da religião, a forma como eles
interagem com o ambiente, etc.
•
Negar
a diversidade cultural humana (como se uma só cor fosse preferível ao arco-íris)
foi o que levou, entre outros, aos crimes, massacres e extermínios que a
conjugação dessa atitude ilegítima, com ambições econômicas, provocou ao longo
da História.
2.1 Relativismo cultural
•
É
uma ideologia político-social que defende a validade e a riqueza de qualquer
sistema cultural e nega qualquer valorização moral e ética dos mesmos por
elementos externos a estes sistemas.
•
Defende
que o bem e o mal são relativos a cada cultura.
2.2 Universalismo ou relativismo cultural?
Os universalistas argumentam que é possível
identificar traços comuns em qualquer sociedade, como, por exemplo, a
valorização da dignidade da pessoa humana e a proteção contra opressão ou
arbítrio. Nessa esteira, afirma-se a ideia de um núcleo mínimo de direitos os
quais merecem a salvaguarda em nível global.
3 Indústria
Cultural
A cultura de massa
associa-se ao processo de desenvolvimento tecnológico que caracterizou a
industrialização e, em especial, à criação de meios de comunicação de massa,
veículos de difusão de “modas” de consumo padronizado. Assim, a cultura de massa é produto de uma “indústria cultural”.
O conceito de
indústria cultural foi elaborado primeiramente na obra Dialética do esclarecimento (1947), de Theodor
Adorno (1903-1969) e de Max Horkheimer (1895-1973), integrantes do Instituto de
Pesquisa Social que ficou conhecido internacionalmente como Escola de
Frankfurt.
Para esses autores, a
indústria cultural era prejudicial tanto para a cultura erudita quanto para a
popular, pois retirava o rigor da primeira e a espontaneidade da segunda, sem
falar na proliferação da alienação cultural ou na perda dos referenciais
históricos e sociais de ambas as formas de cultura.
3.1 Como funciona a indústria cultural
Primeiramente, há uma
produção em larga escala de produtos para consumo em massa. Estes são
veiculados pelos meios de comunicação de massa que propagandeiam modismos
inerentes aos produtos “culturais” da indústria.
Na maioria das vezes,
esses meios de comunicação são os mesmos “produtores industriais de cultura”.
Após a assimilação das referências “culturais” propagadas, o consumo é
realizado em massa, gerando lucros astronômicos para seus produtores.
A imagem abaixo
exemplifica como funciona a chamada indústria cultural.
3.2 Outro olhar para a indústria
cultural
Apesar do viés
crítico em relação à indústria cultural empreendido pela Escola de Frankfurt,
não foram todos os estudiosos que assinalaram o caráter empobrecedor da
indústria cultural. Por exemplo, o pensador Marshall McLuhan (1911-1980),
estudioso dos meios de comunicação e da relação destes com as sociedades
humanas, via o avanço da indústria cultural como algo interessante e de caráter
positivo.
Para este
intelectual, a disseminação de uma cultura de massa atrelada à indústria
cultural, em especial por meio da televisão, reduziria as distâncias entre os
diversos povos do planeta, favorecendo a constituição de uma espécie de “aldeia
global”.
Outro autor que
também criticou a visão pessimista acerca da cultura de massa foi o italiano
Umberto Eco, em sua obra intitulada Apocalíticos e integrados,
publicada em 1964. Para Eco, a indústria cultural pode estabelecer uma
padronização de consumo, mas não consegue impedir que a assimilação dos
produtos culturais seja diferente, pois isso depende não da indústria, mas daqueles
que a absorvem em conformidade com sua percepção de mundo.
3.3 Importância da teoria crítica de
Frankfurt para o estudo da indústria cultural
Embora exista uma
visão diferente sobre a indústria cultural, a contribuição da Escola de
Frankfurt sobre o assunto ainda tem importância e seu conteúdo crítico tem mais
validade. É impossível tratar do assunto sem compreender a correspondência
entre capitalismo, tecnologia e consumo cultural em massa. É também relevante o
tratamento dado pelos frankfurtianos ao ato de alienar e de ideologizar,
inerente à indústria cultural.
A imagem remete não
apenas à questão da padronização do consumo, mas também ao poder infinitamente
maior dos meios de comunicação de massa em exercer o controle sobre seus
receptores.
Esta afirmação
refere-se à ideia desenvolvida pela Escola de Frankfurt de que tais meios são
responsáveis pela ideologização e manutenção do controle social. A indústria
cultural seria mais um exemplo de tal poder da mídia.
3.4 Meios de comunicação de massa,
indústria cultural e mudança social
Apesar desse teor
crítico direcionado à indústria cultural, os meios de comunicação que a
promovem são também produtores culturais – e não podem ser desprezados em
qualquer processo de mudança social, afinal são veículos poderosos, com
abrangência de público de massa.
Esta capacidade comunicativa, a
depender de seu uso, pode ser fonte de mobilização em prol de causas pensadas
justas pela sociedade civil organizada. Por isso, alguns autores defendem que a
democratização de tais meios (rádio e TV, em especial) deve ser uma diretriz
das ações governamentais. Tal democratização torna aptos os cidadãos comuns a
produzirem conteúdos culturais em massa, alterando, de certa maneira, a lógica
capitalista que preside a indústria cultural.
Os meios de comunicação de massa e da
indústria cultural são importantes para qualquer mudança significativa na
sociedade, mas há uma limitação intrínseca a esse modelo, que estaria no seu
caráter eminentemente capitalista, assinala o estudioso Teixeira Coelho.
Bibliografia:
·
MARCUSE, Hebert. A ideologia da sociedade industrial. Rio de Janeiro:
Zahar, 1973.
·
ADORNO, Theodor W.; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento:
fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar, s/d.
·
COELHO, Teixeira. O que é indústria cultural. São Paulo: Brasiliense,
1993.
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