COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR NARCISO MENDES
2 ANOS B e C
A Sociedade de Consumo
A sociedade de consumo situa-se
em uma perspectiva econômica que vem apresentando sinais de esgotamento, o que
avoluma o número de críticas.
A sociedade de consumo é
um termo bastante utilizado para representar os avanços de produção do sistema
capitalista, que se intensificaram ao longo do século XX notadamente nos
Estados Unidos e que, posteriormente, espalharam-se – e ainda vem se espalhando
– pelo mundo. Nesse sentido, o desenvolvimento econômico e social é pautado
pelo aumento do consumo, que resulta em lucro ao comércio e às grandes
empresas, gerando mais empregos, aumentando a renda, o que acarreta ainda mais
consumo. Uma ruptura nesse modelo representaria uma crise, pois a renda
diminuiria, o desemprego elevar-se-ia e o acesso a elementos básicos seria mais
dificultado.
Uma das grandes
críticas ao sistema capitalista é a emergência desse modelo. Suas raízes estão
vinculadas ao processo de Revolução Industrial, mas foi a emergência do American Way Of Life (jeito
americano de viver) em 1910, nos Estados Unidos, que intensificou essa
problemática. A consequência foi uma crise de superprodução das fábricas, que
ficaram com grandes estoques de produtos sem um mercado consumidor capaz de
absorvê-los, gerando a crise de 1929. Na época, para combater os efeitos
da crise, o governo desenvolveu formas de intervir na economia e provocar o seu
aquecimento em um plano chamado New Deal (Novo Acordo).
O cartaz
expressa o American
Way of Live, enquanto a população
carece de recursos durante a crise
Consequentemente,
para que as fábricas continuassem produzindo em massa e os produtos
difundissem-se, foram estabelecidos modelos de desenvolvimento pautados na
melhoria de renda e no crédito facilitado com o objetivo de ampliar ainda mais
o consumo. Com isso, a crise econômica do século XX teve fim, mas uma
problemática ainda maior se estabeleceu, pois o consumo pelo consumo é uma
maneira contraditória e ineficaz de manter o desenvolvimento das sociedades.
Tal dinâmica não se modificou mesmo com a retomada do modelo neoliberal a
partir da década de 1970 em todo o mundo.
As críticas sobre a sociedade de consumo direcionam-se não
apenas pela perspectiva econômica, mas também pelo viés ambiental. Afinal, um
dos efeitos do consumismo é a ampliação da exploração dos recursos naturais
para a geração de matérias-primas voltadas à fabricação de mais e mais
mercadorias. Estimativas apontam que seriam necessários quatro planetas e meio
para garantir os recursos naturais para a humanidade caso todos os países
mantivessem o mesmo nível de consumo dos EUA.
Com isso, há a devastação das florestas e o esgotamento até
mesmo dos recursos renováveis, tais como a água própria para o consumo, as
florestas e o solo. Além disso, os recursos não renováveis vão contando os dias
para a escassez completa, tais como as reservas de petróleo e de diversos
minérios utilizados para a fabricação dos mais diferentes produtos utilizados
pela sociedade.
Um dos aspectos mais criticados no que se refere à
sociedade de consumo é a obsolescência programada – ou obsolescência
planejada –, que consiste na produção de mercadorias previamente elaboradas
para serem rapidamente descartadas, fazendo com que o consumidor compre um novo
produto em breve. Assim, aumenta-se o consumo, mas também aumenta a demanda por
recursos naturais e maximiza a produção de lixo, elevando ainda mais a
problemática ambiental decorrente desse processo.
A intensiva geração de lixo é um dos principais problemas da sociedade de consumo atual
Com isso, além da adoção de políticas sociais de controle ao consumismo exagerado, é preciso encontrar meios econômicos alternativos ao desenvolvimento pautado no consumo. Não obstante, faz-se necessária também a promoção de políticas de reciclagem, além da reutilização ou reaproveitamento dos produtos não mais utilizados, contendo, assim, a geração de lixo e a demanda desenfreada por matérias-primas.
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