Houve um tempo em que os homens
Em suas tribos eram iguais
Veio a fome e então a guerra
Pra alimentá-los como animais
Não houve tempo em que o homem
Por sobre a Terra viveu em paz
Desde sempre tudo é motivo
Pra jorrar sangue cada vez mais.
O homem é o lobo do homem!
O homem é o lobo do homem!
Sempre em busca do próprio gozo
E todo zelo ficou pra trás
Nunca cede e nem esquece
O que aprendeu com seus ancestrais
Não perdoa e nem releva
Nunca vê que já é demais.
O homem é o lobo do homem!
O homem é o lobo do homem!
Pode-se identificar nesta música o que Tomas Hobbes afirma em sua obra “O Leviatã”, que em seu Estado de Natureza os homens podem tudo, e se utilizam de diversos meios para conseguir o que querem.
Para Hobbes "O homem é lobo do homem”, ou seja, o home é mau por natureza, se impõe ao outro por meio de força bruta, da violência.
No Estado de Natureza, o homem depende de sua própria força e empenho, sendo constantemente tomado pelo temor de morte violenta.
Em suas teorias Hobbes discorre sobre a passagem do homem do estado de natureza para o de sociedade, onde cada homem renunciou seu direito a todas coisas por meio de um contrato social, além de que o estado de natureza é um estado de igualdade natural, onde a natureza fez os homens iguais, tanto em corpo e espírito, apesar de que existam diferenças, pois, existem homens mais fortes fisicamente e de espírito mais vivo, porém em sua totalidade todos se igualam.
Sendo assim, no estado de natureza a condição de guerra é inevitável, pois não tem como ter paz quando todos tentam se sobressair uns aos outros.
"Durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum capaz de os manter a todos em respeito, eles se encontram naquela condição a que se chama guerra; e uma guerra que é de todos os homens contra todos os homens" (Hobbes, 1974: 79).
Então, nessa condição de guerra de todos contra todos, sua única segurança é sua força, tendo a liberdade de usar seu poder da forma que achar conveniente para preservar sua vida.
"Onde não há poder comum não há lei, e onde não há lei não há injustiça" (Hobbes, 1974: 81).
Para Hobbes O Grande Leviatã é o Estado, o único artifício humano que pode sanar as desordens, onde a lei natural pode ser abolida, substituída por uma ordem convencional, artificial, criada pelos homens com o fim de promover o bem comum, ou seja, a preservação da vida.
“Isso é mais do que consentimento ou concórdia, pois resume-se numa verdadeira unidade de todos eles, numa só e mesma pessoa, realizada por um pacto de cada homem com todos os homens [...] Esta é a geração daquele enormeLeviatã, ou antes – com toda reverência – daquele deus mortal, ao qual devemos, abaixo do Deus Imortal, nossa paz e defesa” [...] É nele que consiste a essência do Estado, que pode ser assim definida: ‘Uma grande multidão institui a uma pessoa, mediante pactos recíprocos uns aos outros, para em nome de cada um como autora, poder usar a força e os recursos de todos, da maneira que considerar conveniente, para assegurar a paz e a defesa comum’. O soberano é aquele que representa essa pessoa”. (HOBBES, 2003, p.130-1 31).
Referência Bibliográfica:
HOBBES, Thomas.Leviatã. Ed. Martin Claret, São Paulo, 2006.
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