sexta-feira, 24 de março de 2017

EJA- Questões de Filosofia Narciso

COLÉGIO ESTADUAL PROF. NARCISO MENDES
Prof. João Bôsco – Filosofia


Questões de Filosofia – EJA

1. Que diferenciação podemos fazer do uso popular do termo “filosofia” da atividade filosófica?

2. Por que um problema filosófico não é empírico?

3. Onde reside a importância do estudo da história da filosofia para sua própria compreensão?

4. O que há de comum às diversas abordagens históricas dos P
problemas filosóficos?

5. O que significa dizermos que os primeiros filósofos tinham uma “preocupação cosmológica”?

6. Quais os mal-entendidos acerca da passagem do mito ao logos?

7. Como a obra dos poetas gregos Homero e Hesíodo mostram as características mutantes da sociedade grega durante o período de passagem do mito ao logos?

8. Disserte sobre os conceitos de ética e moral

9. De acordo com os conceitos de ética e moral estudados, responda: Quem é o sujeito ético e moral?

10. O brasileiro tem noção clara dos comportamentos éticos e morais adequados, mas vive sob o espectro da corrupção, revela pesquisa. Se o país fosse resultado dos padrões morais que as pessoas dizem aprovar, pareceria mais com a Escandinávia do que com Bruzundanga (corrompida nação fictícia de Lima Barreto).
O distanciamento entre “reconhecer” e “cumprir” efetivamente o que é moral constitui uma ambiguidade inerente ao humano. Comente.


sábado, 18 de março de 2017

NORMAS DA ABNT PARA ENSINO MÉDIO

NORMAS DA ABNT PARA O ENSINO MÉDIO


Essa é uma adaptação simplificada das Normas da ABNT, feita especialmente por mim, Prof. João Bôsco, para utilização no Ensino Médio.

O que é uma Norma Técnica? Quem as elabora?

É um documento elaborado por um organismo oficial que estabelece regrasdiretrizes ou características para determinados produtos ou atividades.
São estabelecidas por um organismo de normalização para aplicação em todo país. No Brasil, elas são elaboradas pela ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT é considerada como o Fórum Nacional de Normalização, o que significa que as normas elaboradas por ela são reconhecidas formalmente como normas oficiais brasileiras. Essas Normas Brasileiras são classificadas por temas atendendo múltiplos setores, sendo um deles o de documentação, que inclui os Trabalhos Científicos.

O que é um Trabalho Científico?

Podemos definir trabalho científico como a apresentação (oral ou escrita) de uma produção científica, ou, ainda, a apresentação de uma ideia, ou conjunto de ideias, a respeito de uma observação científica que representa uma contribuição para o desenvolvimento do conhecimento.
A sua apresentação pode ser relativamente simples ou pode ser complexa, mas deve sempre ser apresentada de forma clara, organizada, objetiva e concisa para facilitar a sua compreensão, seguindo regras e normas preestabelecidas.

ASPECTOS FÍSICOS DO TRABALHO

FORMATAÇÃO:
- Margem direita: 2cm       
- Margem esquerda: 3cm
- Margem superior: 3 cm
- Margem inferior: 2 cm
- Espaçamento entre linhas: 1,5 cm
       - Espaçamento em citações longas, notas, referências ou rodapé: espaço simples
- Fonte: Arial ou Times New Roman, tamanho: 12 cor preta.
- Fonte em citações longas e notas: tamanho: 10
- Papel branco ou reciclado, A4, texto justificado.

ESTRUTURA DO TRABALHO:
     a) Pré textuais:
         - Capa
         - Folha de rosto
         - Sumário
      b) Textuais:
     - Introdução
     - Desenvolvimento
     - Conclusão
      c) Pós-textuais
          - Referências      
          - Apêndice(s)
          - Anexo(s)     


NUMERAÇÃO DE PÁGINAS:
A capa não é contada, conta-se a partir da folha de rosto, porém a numeração só aparece a partir da primeira página da introdução. Número a 2cm das bordas superior e direita.

CAPA
Folha A4;
Letra tamanho 12;
Nome da disciplina, centralizado, caixa alta e negrito, a 5cm da borda superior;
Nome do(s) aluno(s), centralizado, entre o item anterior e o posterior, em caixa alta e negrito;  
Título do trabalho centralizado e no meio da folha, caixa alta e em negrito;
Local e data, centralizado, em caixa baixa, a 2cm da borda inferior.

FOLHA DE ROSTO:
Folha A4;
Letra tamanho 12;
Nome da escola, na parte superior da folha, centralizado, a 3cm da borda superior, caixa alta e negrito;
Nome da Disciplina, uma linha abaixo, centralizado, espaço simples, caixa alta e negrito;
Série e Turma, uma linha abaixo, centralizado, espaço simples, caixa alta e negrito;
Nome do professor, uma linha abaixo, centralizado, espaço simples, caixa alta e negrito;
Nome do(s) aluno(s), centralizado, entre o item anterior e o posterior, em caixa alta e negrito;  
Título do trabalho, centralizado e no meio da folha, caixa alta e em negrito;
Local e data, centralizado, em caixa baixa, a 2cm da borda inferior.

SUMÁRIO
- Palavra SUMÁRIO a 8cm da borda superior;
- 3 espaços simples do início;
- Colocam-se apenas os capítulos  primários, secundários e terciários;
- Indicativo numérico, título, pontilhado e paginação;
- Espacejamento simples no capítulo;
- Entre capítulos, espacejamento duplo;
- Seções escritas como no corpo do texto, na ordem em que aparecem no texto.

ELEMENTOS TEXTUAIS:
Introdução
Desenvolvimento
Conclusão
Iniciar os capítulos em folha distinta, apresentando um indicativo numérico, alinhado à esquerda, a 3cm da  borda superior - 1,   2,   3,  ...
Os subcapítulos, apresentando um indicativo numérico, alinhado à esquerda:
Subcapítulos secundários - 1.1,   1.2,   1.3 ...
Subcapítulos terciários - 1.1.1,   1.1.2,   1.1.3,  ...
Subcapítulos quaternários - 1.1.1.1,  1.1.1.2,  1.1.1.3 ...
Subcapítulos quinários - 1.1.1.1.1,   1.1.1.1.2,  1.1.1.1.3 ...
Os subcapítulos devem ser separado por uma linha em branco do texto anterior e do posterior;

APRESENTAÇÃO DOS TÍTULOS
Capítulos -          MAIÚSCULO NEGRITO   -  1 HISTÓRIA DO CINEMA
Subcapítulos -     MAIÚSCULO                   -  1.1 O CINEMA EUROPEU
Minúsculo negrito          -  1.1.1 O Cinema Italiano
Minúsculo                        - 1.1.1.1 Bangue-bangues
Minúsculo itálico               - 1.1.1.2.1 Mudos
ALÍNEAS
As alíneas, para serem consideradas corretas pelas Normas, obedecem às seguintes regras:
            a) o texto anterior termina com dois pontos;
            b) são reentradas como se fossem um novo parágrafo;
            c) começam com letra minúscula e terminam com ponto-e-vírgula;
            d) segunda linha começa sob a primeira letra do texto da própria alínea;
            e) este texto serve de exemplo.

CITAÇÕES
- Indiretas 
   Apresentamos o pensamento de um autor diluído no nosso texto, usando as nossaspróprias palavras
- Diretas
   Transcrevem-se exatamente as palavras do autor. Podem ser breves ou longas:
   As citações diretas breves, com até ± três linhas, possuem as seguintes características:
Integram o texto;
Letra = mesmo tamanho do texto;
Entre aspas;
Indicação da(s) página(s).
  As citações diretas longas, mais de três linhas, possuem as seguintes características:
Reentrada de 4cm da margem;
            Letra menor - tamanho 10;
            Sem aspas;
            Espaço simples na citação;
            Espaço duplo entre o texto anterior e o texto posterior.

REFERÊNCIAS
Deverão estar dispostas no final do texto em ordem alfabética pelo sobrenome do(s) autor(es), conforme a seguir:

Livros
SOBRENOME DO AUTOR, prenomes. Título: subtítulo. Edição(a partir da 2ª). Local: Editora, ano.
Exemplo:
CARDINALE, Elpídio. O SONHO ENCANTADO DE MARILIA. 6.ed. Pouso Alegre: Imagem, 2012.

Enciclopédias e dicionários
TÍTULO: subtítulo. Edição. Local: Editora, ano.
Exemplos:
HOUAISS, Antônio. MINIDICIONÁRIO HOUAISS DA LÍNGUA PORTUGUESA. 4 ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010.
ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL. Rio de Janeiro: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações, 1987.

Artigos ou matérias de periódicos
SOBRENOME DO(S) AUTOR(ES), Prenome(s). Título do trabalho: subtítulo. Título do periódico, local, volume, fascículo, página inicial e final do artigo, período e data de publicação.
Exemplos:
MARTINS, Gilberto de Andrade. Abordagens metodológicas em pesquisas na área de Administração. Revista de Administração da USP, São Paulo, v. 32, n.3, p. 5-12, julho/setembro, 1997.
CABELOS por um fio. CRIATIVA, São Paulo, v.IX, p.59-60, jul.1999.

Documentos eletrônicos
AUTOR, prenomes. Título. Outros dados. Disponível em: . Acesso em: dia, mês, ano.
Exemplo:
CARNEIRO, Olavo Vianna. O VERDADEIRO EU. 3 ed. Rio de Janeiro: Lexus, 2014. Disponível em: Acesso em: 5 set. 2014.
SILVA, I. G. Pena de morte para o nascituro. O Estado de São Paulo. São Paulo, 19 set. 1998. Disponível em: <http://www.providafamilia.org/pena_morte_nascituro.htmAcesso em 17 jan. 2001.

"O Lobo" de Pitty e o "O Lobo" de Hobbes

Houve um tempo em que os homens
Em suas tribos eram iguais


Veio a fome e então a guerra


Pra alimentá-los como animais


Não houve tempo em que o homem


Por sobre a Terra viveu em paz


Desde sempre tudo é motivo


Pra jorrar sangue cada vez mais.


O homem é o lobo do homem!
O homem é o lobo do homem!

Sempre em busca do próprio gozo
E todo zelo ficou pra trás
Nunca cede e nem esquece
O que aprendeu com seus ancestrais
Não perdoa e nem releva
Nunca vê que já é demais.

O homem é o lobo do homem!
O homem é o lobo do homem!




Pode-se identificar nesta música o que Tomas Hobbes afirma em sua obra “O Leviatã”, que em seu Estado de Natureza os homens podem tudo, e se utilizam de diversos meios para conseguir o que querem.

Para Hobbes  "O homem é lobo do homem”, ou seja, o home é mau por natureza, se impõe ao outro por meio de força bruta, da violência.

No Estado de Natureza, o homem depende de sua própria força e empenho, sendo constantemente tomado pelo temor de morte violenta.

Em suas teorias Hobbes discorre sobre a passagem do homem do estado de natureza para o de sociedade, onde cada homem renunciou seu direito a todas coisas por meio de um contrato social, além de que o estado de natureza é um estado de igualdade natural, onde a natureza fez os homens iguais, tanto em corpo e espírito, apesar de que existam diferenças, pois, existem homens mais fortes fisicamente e de espírito mais vivo, porém em sua totalidade todos se igualam.

Sendo assim, no estado de natureza a condição de guerra é inevitável, pois não tem como ter paz quando todos tentam se sobressair uns aos outros.

"Durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum capaz de os manter a todos em respeito, eles se encontram naquela condição a que se chama guerra; e uma guerra que é de todos os homens contra todos os homens" (Hobbes, 1974: 79).

Então, nessa condição de guerra de todos contra todos, sua única segurança é sua força, tendo a liberdade de usar seu poder da forma que achar conveniente para preservar sua vida.

"Onde não há poder comum não há lei, e onde não há lei não há injustiça" (Hobbes, 1974: 81).

Para Hobbes O Grande Leviatã é o Estado, o único artifício humano que pode sanar as desordens, onde a lei natural pode ser abolida, substituída por uma ordem convencional, artificial, criada pelos homens com o fim de promover o bem comum, ou seja, a preservação da vida.

“Isso é mais do que consentimento ou concórdia, pois resume-se numa verdadeira unidade de todos eles, numa só e mesma pessoa, realizada por um pacto de cada homem com todos os homens [...] Esta é a geração daquele enormeLeviatã, ou antes – com toda reverência – daquele deus mortal, ao qual devemos, abaixo do Deus Imortal, nossa paz e defesa” [...] É nele que consiste a essência do Estado, que pode ser assim definida: ‘Uma grande multidão institui a uma pessoa, mediante pactos recíprocos uns aos outros, para em nome de cada um como autora, poder usar a força e os recursos de todos, da maneira que considerar conveniente, para assegurar a paz e a defesa comum’. O soberano é aquele que representa essa pessoa”. (HOBBES, 2003, p.130-1 31).

Referência Bibliográfica:

HOBBES, Thomas.Leviatã. Ed. Martin Claret, São Paulo, 2006.

O PRÍNCIPE - MAQUIAVEL

O PRÍNCIPE - MAQUIAVEL
Política é a habilidade de executar estratégias que tenham por fim a conquista e manutenção do poder. O objetivo da política é levar os homens a viver na mesma comunidade de forma organizada e em liberdade.
Nicolau Maquiavel se dedicou ao estudo da filosofia política de forma diferente dos filósofos anteriores a ele. Ele buscou investigar a política pela política, sem utilizar em sua análise conceitos morais, éticos e religiosos. A política em sua filosofia tem a capacidade de buscar suas próprias decisões de forma livre, sem que outras áreas do conhecimento interfiram em suas conclusões. Maquiavel nos trouxe uma nova forma de estudar filosofia política.
Ele viu que era preciso uma estabilidade na sociedade e no governo, pois o contexto europeu naquela época era de guerraA Itália, seu país de origem, era dividida em Estados autônomos, que viviam em constante disputa entre si.
Maquiavel buscava a recriação de uma nação italiana com inspiração na República Romana. Para unir novamente a Itália, procurava um príncipe que pudesse agrupar e dirigir os pequenos estados em que esta se encontrava fragmentada.
Esse príncipe político não poderia contar com a boa vontade das pessoas, pois elas não são naturalmente boas ou más, mas podem ser tanto uma como outra. O príncipe político que deseja ter sucesso deve partir da regra de que as pessoas são más e que, na primeira oportunidade, demonstrarão essa maldade, traindo o seu superior. Além do mais, os homens amam conforme sua vontade e necessidade, mas temem conforme a do príncipe, portanto é melhor ser temido do que amado, porém não odiado, o que poderia causar revoltas e conspirações.
O príncipe deve saber ser bom ou mau conforme a necessidade política. Evitando sempre o meio termo, deve ser bom se puder, mas se necessário deve usar da maldade. Esta deve ser feita toda de uma vez, para que não demore a ser esquecida; já o bem deve ser feito aos poucos, para que seja sempre lembrado e bem saboreado.
O príncipe tem que ser virtuoso (Virtú); essa virtude significa vitalidade, força, planejamento, esperteza e a capacidade de se impor e profetizar. O príncipe que tiver essa virtude vai ser dono do próprio destino, criar sua própria sorte e colaborar para a ordem das coisas (Fortuna). Esses são os dois conceitos na política de Maquiavel, necessários para o sucesso do príncipe em seu governo.
Com essas e muitas outras reflexões a respeito da arte de conquistar, manter e governar um Estado, O Príncipe foi oferecido aos Médicis por Maquiavel, que o haviam mandado ser preso e torturado sob acusação de conspiração quando voltaram ao comando de Florença. Até hoje, a obra representa uma revolução na maneira de se estudar política.

Questões norteadoras do estudo


1. Porque, conforme o trecho indica, as ofensas devem ser rápidas para que sejam rapidamente esquecidas.

2. É melhor ser governante com apoio do povo, pois o governante que apóia-se nos poderosos não governa sozinho, mas o que apóia-se no povo não é contestado ou igualado por ninguém.

3. Maquiavel refere-se a dois grupos principais: os que estão com o governante por inteiro (a estes o governante deve respeitar e manter junto a si), e os que estão apenas por interesse. Esses últimos dividem-se entre os que são interesseiros por defeito de espírito (de quem o governante deve se aproveitar) e os que são interesseiros por motivo de ambição política (de quem o governante deve manter distância).

4. É melhor ser temido do que ser amado porque, dada a natureza egoísta do homem, o amor é muito mais frágil do que o temor. O príncipe que é amado pode rapidamente perder sua autoridade; o príncipe que é temido pode sempre reforçar sua autoridade com ações violentas.

5. Embora o governante deva procurar ser temido, não deve procurar ser odiado: os súditos perderiam o respeito, e o governante passaria a temer a todos.

6. O trecho em questão argumenta que a veracidade e a honra não são vantagens para o príncipe, pois muitos grandes governantes traíam e enganavam aos outros governantes e aos súditos.

7. O governante deve usar a natureza humana, ou seja, agir conforme as leis, quando assim for desejável; contudo, deve usar a natureza animal, agindo violentamente, caso a ocasião assim exija.


8. Um príncipe deve manter sua palavra apenas se for necessário. Quando for preciso que o príncipe minta ou traia, deve fazê-lo sem sentimento de culpa.

Questões para estudo

Exercício 1: (Enem)
Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens se pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo está longe; mas quando ele chega, revoltam-se.
MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991.


A partir da análise histórica do comportamento humano em suas relações sociais e políticas, comente como Maquiavel define o homem.

Exercício 2: (Enem)
Não ignoro a opinião antiga e muito difundida de que o que acontece no mundo é decidido por Deus e pelo acaso. Essa opinião é muito aceita em nossos dias, devido às grandes transformações ocorridas, e que ocorrem diariamente, as quais escapam à conjectura humana. Não obstante, para não ignorar inteiramente o nosso livre-arbítrio, creio que se pode aceitar que a sorte decida metade dos nossos atos, mas [o livre-arbítrio] nos permite o controle sobre a outra metade.

MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Brasília: EdUnB, 1979 (adaptado).

Em O Príncipe, Maquiavel refletiu sobre o exercício do poder em seu tempo. No trecho citado, o autor demonstra o vínculo entre o seu pensamento político e o humanismo renascentista. Argumente.

1)    O que é o Estado?
2)    Quais são os tipos de Estado?
3)    Quais são as características de cada tipo de Estado?
4)    Qual é a Natureza Humana? Como ela influencia no comportamento do bom príncipe?

5)    O que faz de um governante um bom príncipe?
6)    No tocante à liberdade, a figura de um bom príncipe em Maquiavel se assemelha mais à de um déspota tirano que pode fazer o que quiser ou à de um escravo acorrentado a suas obrigações?
7)    Na aclamada série de televisão Game of Thrones, produzida pela HBO, Joffrey Baratheon se tornou rei de Westeros e protetor dos Sete Reinos aos 12 anos de idade. Uma das suas primeiras atitudes como rei foi julgar Eddard Stark, Senhor de Winterfell e Protetor do Norte, por traição. Eddard confessou a traição e toda a questão é qual é a melhor punição para o caso. Alguns dos conselheiros reais afirmam que a execução é a melhor punição, para dar um exemplo aos demais nobres, instaurar o medo e impedir novas revoltas. Outros conselheiros afirmam que o exilio é uma punição mais adequada – especialmente porque Robb Stark – filho mais velho e herdeiro de Eddard Stark – exigiria vingança pela morte do pai, vingança que poderia acabar em uma guerra civil dado o poderio militar da casa Stark. Segundo os estudos realizados sobre Maquiavel – em particular a leitura do livro “O Príncipe” – qual é a atitude que Joffrey Baratheon deve tomar para ser um bom príncipe? Fundamente.
8)    Ainda falando da série Game of Thrones, Joffrey Baratheon só subiu ao trono após a morte do pai, Robert Baratheon. O problema é que Renly Baratheon e Stannis Baratheon, os irmãos do falecido rei, contestaram a legitimidade de Joffrey Baratheon ao trono, pois o consideram um filho ilegítimo. Stannis e Renly tentam se coroar reis, mas ambos vão por caminhos muitos diferentes: Stannis é tão severo que seus súditos o temem exageradamente, muitos deles chegam a odiá-lo. Renly, por outro lado, tenta ser amável e cortes com todos, tendo o amor de seus súditos. Segundo Maquiavel, qual dos dois irmãos está seguindo o caminho correto para a conquista Stannis ou Renly? Fundamente.
 
9) Getúlio Vargas é uma figura polemica na história do Brasil: governou o país como ditador por 15 anos (1930-1945), depois foi reconduzido ao poder por voto direto da população em 1951, até que finalmente não conseguiu mais aguentar as pressões do poder e acabou se suicidando. Considerando essas informações e as aulas de Teoria do Estado, segundo Maquiavel Getúlio Vargas pode ser considerando um bom governante ou não?

O LEVIATÃ - THOMAS HOBBES

O LEVIATÃ – THOMAS HOBBES


Hobbes parte da idéia do “homem natural” e este por natureza é a condição em que se encontram os homens fora de uma comunidade política ou da sociedade. Nesse estado os homens disputam todas as coisas por direito natural e absoluto. O homem, em sua natureza, defende Hobbes, possuem “direitos de natureza”, que trata-se do direito à sobrevivência. A partir desse direito, os homens unem-se a fim de preservar suas vidas, criando um contrato social. Para Hobbes, essa necessidade leva-os a produzirem um contrato para firmar a paz e a segurança:
A única maneira de instituir um tal poder comum, capaz de os defender das invasões dos estrangeiros e das injúrias uns dos outros, garantindo-lhes assim uma segurança suficiente para que, mediante o seu próprio labor e graças aos frutos da terra, possam alimentar-se e viver satisfeitos, é conferir toda a sua força e poder a um homem, ou a uma assembléia de homens, que possa reduzir as suas diversas vontades, por pluralidade de votos, a uma só vontade. O que equivale a dizer: designar um homem ou uma assembléia de homens como representante das suas pessoas, considerando-se e reconhecendo-se cada um como autor de todos os atos que aquele que representa a sua pessoa praticar ou levar a praticar, em tudo o que disser respeito à paz e segurança comum; todos submetendo assim as suas vontades à vontade do representante, e as suas decisões à sua decisão (p. 130).
                 A criação do Estado estaria ligada a essas necessidades. O objetivo deste Estado seria a segurança particular, a superação da lei de natureza ou da conjunção de uns poucos homens ou famílias, assim como de uma grande multidão, a não ser que dirigida por uma só opinião.
            Para Hobbes os súditos não têm o direito de renunciar ao pacto que confere esses poderes ao soberano. “É desta instituição do Estado que derivam todos os direitos e faculdades daquele ou daqueles a quem o poder soberano é conferido, mediante o consentimento do povo reunido” (131). Uma fez o pacto confirmado torna-se obrigado a assumir todos os atos do monarca, por absurdos que sejam, mesmo aqueles que contrariam os seus próprios interesses. Os súbditos não podem mudar a forma de governo, não pode haver transgressão do poder soberano, ninguém pode, sem injustiça, protestar contra a instituição do soberano apontado pela maioria, as soberanas ações não podem ser justamente acusadas pelo súbdito, em fim, nada que o soberano faz pode ser punido pelo súbdito.
         Hobbes define o Estado como:
[..] uma pessoa de cujos atos uma grande multidão, mediante pactos recíprocos uns com os outros, foi instituída por cada um como autora, de modo a ela poder usara força e os recursos de todos, da maneira que considerar conveniente, para assegurar a paz e a defesa comum (p.131).
       
          Com relação aos Súditos, afirmou que “Aquele que é portador dessa pessoa chama-se soberano, e dele se diz que possui poder soberano. Todos os restantes são súbditos” (p.131).
         Para Hobbes, o Estado é a materialização dos desejos dos súditos, ou seja, seu autor. Por isso que o Estado não pode ser contestado, pois estaria havendo uma auto-contestação, “dado que cada súbdito é autor dos actos do seu soberano, cada um estaria castigando outrem pelos actos cometidos por si mesmo” (p.132). Para este autor o soberano é juiz do que é necessário para a paz e defesa dos seus súbditos, tendo o direito de fazer regras pelas quais todos os súbditos possam saber o que lhes pertence, e nenhum outro súbdito pode tirar-lhes sem injustiça. Também a ele pertence a autoridade judicial e a decisão das controvérsias E de fazer a guerra, e a paz, como lhe parecer melhor, E de escolher todos os conselheiros e ministros, tanto da paz como da guerra, E de recompensar e punir, e (quando nenhuma lei tenha determinado a sua medida) o de arbitrar, O poder soberano não é tão prejudicial como a sua falta, e o prejuízo deriva na sua maior parte de não haver pronta aceitação de um prejuízo menor.
         Para Hobbes existem três formas de Estado: monarquia, democracia e aristocracia.
          Hobbes ainda indica que nomes como tirania e oligarquia não se tratam de nomes de outras formas de governo, e sim das mesmas formas quando são detestadas pela sociedade.
Quando o representante é um só homem, o governo chama-se uma monarquia. Quando é uma assembleia de todos os que se uniram, é uma democracia, ou governo popular. Quando é uma assembleia apenas de uma parte, chama-se-lhe uma aristocracia. Não pode haver outras espécies de governo, porque o poder soberano inteiro (que já mostrei ser indivisível) tem que pertencer a um ou mais homens, ou a todos (p.141).
          Quanto as leis civis, destaca Hobbes, que o Estado está acima destas. Para ele o Estado é o único legislador. Mesmo quando as leis não estão escritas e aparentemente tornaram-se leis devido ao tempo e ao costume, na verdade, são leis por que do consentimento do Estado.
          Em fim, Hobbes apresenta o o Estado como o elemento máximo, existente acima de tudo e todos para o a preservação do “direito de natureza”, ou seja, de sobrevivência.
REFERÊNCIA:
HOBBES, Thomas de Malmesbury, Leviatã. Os Pensadores. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997.



Vamos ao simbolismo dos principais elementos contidos na figura proposta:

1. A Coroa representa o sistema político defendido por Thomas Hobbes em sua obra, a Monarquia. Neste caso, a coroa é usada também para fazer alusão ao líder político deste sistema, o Rei ou Monarca;
2. A Espada, à mão direita do rei, simboliza uma das mais fortes justificativas para a formação do Absolutismo, a segurança (o exército nacional). Em O Leviatã, Hobbes diz que “O Povo renuncia tudo em troca do grande dom da segurança”;
3. O Cetro, à mão esquerda, simboliza o poder soberano do monarca. Diante desta observação, é válido lembrar que o monarca absolutista acumulava os poderes políticos (executivo, legislativo e judiciário) e econômico (através das medidas mercantilistas) e através destes, somado ao apoio concedido pela Igreja, exercia um forte controle social;
4. Ao observarmos com um pouco mais de atenção o corpo do rei, perceberemos que o mesmo é formado por pessoas. Neste caso, a imagem é uma perfeita ilustração da origem do poder real, pois segundo Hobbes:“O governo absoluto havia sido estabelecido pelo próprio povo”;
5. A proporção (tamanho) destinada à figura do rei, deve ser atribuída ao poder real. Na figura acima, fica a sensação de que a autoridade monárquica alcança facilmente todo o território nacional, ou seja, nos é passado a ideia de um controle estabelecido que podemos chamar de governo.


Questões para estudo

1. (Enem – MEC)

I. Para o filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679), o estado de natureza é um estado de guerra universal e perpétua. Contraposto ao estado de natureza, entendido como estado de guerra, o estado de paz é a sociedade civilizada.

Dentre outras tendências que dialogam com as ideias de Hobbes, destaca-se a definida abaixo.

II. Nem todas as guerras são injustas e, correlativamente, nem toda paz é justa, razão pela qual a guerra nem sempre é um desvalor, e a paz nem sempre um valor.

BOBBIO, N. MATTEUCCI, N. e PASQUINO, G. Dicionário de Política. 5ed. Brasília: Universidade de Brasília. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2000.

Comparando as ideias de Hobbes (texto I) com a tendência citada no texto II, pode-se afirmar que:

a) em ambos, a guerra é entendida como inevitável e injusta.
b) para Hobbes, a paz é inerente à civilização e, segundo o texto II, ela não é um valor absoluto.
c) de acordo com Hobbes, a guerra é um valor absoluto e, segundo o texto II, a paz é sempre melhor que a guerra.
d) em ambos, a guerra ou a paz são boas quando o fim é justo.
e) para Hobbes, a paz liga-se à natureza e, de acordo com o texto II, à civilização.

2. (FGV-SP) “Daqui nasce um dilema: é melhor ser amado que temido, ou o inverso? Respondo que seria preferível ser ambas as coisas, mas, como é muito difícil conciliá-las, parece-me muito mais seguro ser temido do que amado, se só se pode ser uma delas [...]”
MAQUIAVEL, N. O príncipe. Ed. Europa-América, 1976. p. 89.
A respeito do pensamento político de Maquiavel, é correto afirmar que:
a) Mantinha uma nítida vinculação entre a política e os princípios morais do cristianismo.
b) Apresentava uma clara defesa da representação popular e dos ideais democráticos.
c) Servia de Base para a ofensiva da Igreja em confronto com os poderes civis na Itália.
d) Sustentava que o objetivo de um governante era a conquista e a manutenção do poder.
e) Censurava qualquer tipo de ação violenta por parte dos governantes contra seus súditos.

3. “O trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus. [...] Três razões fazem ver que este governo [o da monarquia hereditária] é o melhor. A primeira é que é o mais natural e se perpetua por si próprio [...] A segunda razão [...] é que esse governo é o que interessa mais na conservação do Estado e dos poderes que o constituem: o príncipe, que trabalha para seu estado, trabalha para seus filhos, e o amor que tem pelo seu reino, confundindo com o que tem por sua família, torna-se-lhe natural [...]. A terceira razão tira-se da dignidade das casas reais [...]. A inveja, que se tem naturalmente daqueles que estão acima de nós, torna-se aqui em amor e respeito; os próprios grandes obedecem sem repugnância a uma família que sempre viram como superior e à qual se não conhece outra que a possa igualar.”
As ideias presentes no texto acima podem ser associadas à qual teórico?


a) Jacques Bossuet, teórico do absolutismo francês que divergia da Teoria do Contrato Social.
b) Nicolau Maquiavel, italiano que defendia valores como virtude e fortuna para a manutenção do poder do príncipe.
c) Thomas Hobbes, inglês que defendia que a sociedade civil deveria se organizar politicamente para sair do estado de natureza, associada à guerra.
d) Hugo Grotius, que preconizava a existência de um Estado forte para controlar a sociedade civil.
4. Os teóricos do absolutismo, geralmente, ou teciam suas perspectivas com base em experiências e conflitos vividos no interior de determinadas monarquias ou legitimavam o poder real por meio de uma análise comparativa entre as diferentes formas de governo já experimentadas. Nesse sentido, Nicolau Maquiavel escreveu seu livro mais famoso, O príncipe, dedicado a:

a) Luís XI, rei da França.

b) Henrique VIII, Rei da Inglaterra.

c) Fernando, rei de Espanha.

d) Lorenzo de Médici, estadista florentino.

e) D. João III, rei de Portugal.