domingo, 20 de maio de 2018

Estética e Sociedade - A cultura


Colégio Estadual Professor Júlio Szymanski
3 anos A, B e C - Regulares

Estética e Sociedade
1.  Cultura

Ø É  toda forma de intervenção humana na natureza.
Ø Transmitida de geração a geração, nas diferentes sociedades;
Ø Criação exclusiva dos seres humanos;
Ø Múltipla e variável, no tempo e no espaço, de sociedade para sociedade.

1.1 O conceito de cultura e o conceito de humanidade

Uma vez parte da estrutura humana, a cultura define a vida, e o faz não através das pressões de ordem material, mas de acordo com um sistema simbólico definido, que nunca é o único possível.
A cultura, portanto, constitui a utilidade, serve de lente através da qual o homem vê o mundo e interfere na satisfação das necessidades fisiológicas básicas.
Embora nenhum indivíduo conheça totalmente o seu sistema cultural, é necessário ter um conhecimento mínimo para operar dentro do mesmo.

2     Diversidade cultural

São as diferenças culturais entre as pessoas, como a linguagem, vestimenta e tradições, bem como a forma como sociedades organizam-se, a sua concepção da moral e da religião, a forma como eles interagem com o ambiente, etc.
         Negar a diversidade cultural humana (como se uma só cor fosse preferível ao arco-íris) foi o que levou, entre outros, aos crimes, massacres e extermínios que a conjugação dessa atitude ilegítima, com ambições econômicas, provocou ao longo da História.

2.1 Relativismo cultural

         É uma ideologia político-social que defende a validade e a riqueza de qualquer sistema cultural e nega qualquer valorização moral e ética dos mesmos por elementos externos a estes sistemas.
         Defende que o bem e o mal são relativos a cada cultura.

2.2 Universalismo ou relativismo cultural?

Os universalistas argumentam que é possível identificar traços comuns em qualquer sociedade, como, por exemplo, a valorização da dignidade da pessoa humana e a proteção contra opressão ou arbítrio. Nessa esteira, afirma-se a ideia de um núcleo mínimo de direitos os quais merecem a salvaguarda em nível global.

3     Indústria Cultural
A cultura de massa associa-se ao processo de desenvolvimento tecnológico que caracterizou a industrialização e, em especial, à criação de meios de comunicação de massa, veículos de difusão de “modas” de consumo padronizado. Assim, cultura de massa é produto de uma “indústria cultural”.
O conceito de indústria cultural foi elaborado primeiramente na obra Dialética do esclarecimento (1947), de Theodor Adorno (1903-1969) e de Max Horkheimer (1895-1973), integrantes do Instituto de Pesquisa Social que ficou conhecido internacionalmente como Escola de Frankfurt.
Para esses autores, a indústria cultural era prejudicial tanto para a cultura erudita quanto para a popular, pois retirava o rigor da primeira e a espontaneidade da segunda, sem falar na proliferação da alienação cultural ou na perda dos referenciais históricos e sociais de ambas as formas de cultura.

3.1 Como funciona a indústria cultural
Primeiramente, há uma produção em larga escala de produtos para consumo em massa. Estes são veiculados pelos meios de comunicação de massa que propagandeiam modismos inerentes aos produtos “culturais” da indústria.
Na maioria das vezes, esses meios de comunicação são os mesmos “produtores industriais de cultura”. Após a assimilação das referências “culturais” propagadas, o consumo é realizado em massa, gerando lucros astronômicos para seus produtores.
A imagem abaixo exemplifica como funciona a chamada indústria cultural.


3.2 Outro olhar para a indústria cultural
Apesar do viés crítico em relação à indústria cultural empreendido pela Escola de Frankfurt, não foram todos os estudiosos que assinalaram o caráter empobrecedor da indústria cultural. Por exemplo, o pensador Marshall McLuhan (1911-1980), estudioso dos meios de comunicação e da relação destes com as sociedades humanas, via o avanço da indústria cultural como algo interessante e de caráter positivo.
Para este intelectual, a disseminação de uma cultura de massa atrelada à indústria cultural, em especial por meio da televisão, reduziria as distâncias entre os diversos povos do planeta, favorecendo a constituição de uma espécie de “aldeia global”.
Outro autor que também criticou a visão pessimista acerca da cultura de massa foi o italiano Umberto Eco, em sua obra intitulada Apocalíticos e integrados, publicada em 1964. Para Eco, a indústria cultural pode estabelecer uma padronização de consumo, mas não consegue impedir que a assimilação dos produtos culturais seja diferente, pois isso depende não da indústria, mas daqueles que a absorvem em conformidade com sua percepção de mundo.

3.3 Importância da teoria crítica de Frankfurt para o estudo da indústria cultural
Embora exista uma visão diferente sobre a indústria cultural, a contribuição da Escola de Frankfurt sobre o assunto ainda tem importância e seu conteúdo crítico tem mais validade. É impossível tratar do assunto sem compreender a correspondência entre capitalismo, tecnologia e consumo cultural em massa. É também relevante o tratamento dado pelos frankfurtianos ao ato de alienar e de ideologizar, inerente à indústria cultural.
A imagem remete não apenas à questão da padronização do consumo, mas também ao poder infinitamente maior dos meios de comunicação de massa em exercer o controle sobre seus receptores.

Esta afirmação refere-se à ideia desenvolvida pela Escola de Frankfurt de que tais meios são responsáveis pela ideologização e manutenção do controle social. A indústria cultural seria mais um exemplo de tal poder da mídia.

3.4 Meios de comunicação de massa, indústria cultural e mudança social
Apesar desse teor crítico direcionado à indústria cultural, os meios de comunicação que a promovem são também produtores culturais – e não podem ser desprezados em qualquer processo de mudança social, afinal são veículos poderosos, com abrangência de público de massa.
Esta capacidade comunicativa, a depender de seu uso, pode ser fonte de mobilização em prol de causas pensadas justas pela sociedade civil organizada. Por isso, alguns autores defendem que a democratização de tais meios (rádio e TV, em especial) deve ser uma diretriz das ações governamentais. Tal democratização torna aptos os cidadãos comuns a produzirem conteúdos culturais em massa, alterando, de certa maneira, a lógica capitalista que preside a indústria cultural.
Os meios de comunicação de massa e da indústria cultural são importantes para qualquer mudança significativa na sociedade, mas há uma limitação intrínseca a esse modelo, que estaria no seu caráter eminentemente capitalista, assinala o estudioso Teixeira Coelho.

Bibliografia:

·         MARCUSE, Hebert. A ideologia da sociedade industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1973.
·         ADORNO, Theodor W.; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar, s/d.
·         COELHO, Teixeira. O que é indústria cultural. São Paulo: Brasiliense, 1993.

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