segunda-feira, 12 de julho de 2010

TEMPORADA DE PRAIA NO ARAGUAIA

          A cultura da violência que está impregnando nossa sociedade é impressionante. Dias atrás assiste uma reportagem onde os empresários o mundo inteiro estão apelando para propagandas com violência, como se já não bastasse a que já está inpreganada nas próprias pessoas ainda temos que divulgar mais e mais.
         Agora de fato quero comentar sobretudo a falta de percepção da sociedade do araguaia, composta sobretudo por Aragarças e Barra do Garças. Ontem dia, 11/07, estavamos na praia em Aragarças para valorizarmos a cultura e descansar quando iniciou-se as apresentações da Academia Corpus, como todo ano acontece. Nada demais até ai, o que chamou a atenção além do desastre das apresentações com coreografias desarmonicas e sem ritmo, foi umas das ultimas músicas com gestos de violência: onde simulavam socos e joelhadas. Ora meu povo, já basta ver isso todos os dias e horas em nossas Tvs quer seriam meios de informações, agora ir a praia para aproveitar uma manoifestação artistica e se deparar com isso é ridiculo.
         Agora fica essa pergunta: Onde estão os organizadores que não verificam isso antes? Ou será que hoje podemos tudo? Será que esses atos que parecem tão inocentes e passam despercebidos por alguns não fazer ou surtem efeito mais tarde porque estão guardados em nosso subconsciente?
          Espero que na proxima temporada não caiamos no mesmo erro e que os organizadores tenham mais senso de cultura, cultura de crecimento e não de violência e depravação dos valores sociais.
          Está dito, pronto.

   

"Ler devia ser proibido" HUMANIZA O HOMEM

LER PODE TORNAR O HOMEM PERIGOSAMENTE HUMANO


          Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Dom Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.

          Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.


          Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
          Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
          Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
          Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verosimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
          O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incómodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?
          É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metros, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.
         
Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.

          Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.
         Além disso, a leitura promove a comunicação de dores e alegrias, tantos outros sentimentos… A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna colectivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.

          Ler pode tornar o homem perigosamente humano.

domingo, 11 de julho de 2010

A IMPORTANCIA DA LEITURA



A página em branco coloca medo no inicio, admito ao caro leitor que esse é o primeiro e mais dificultoso obstáculo a ser enfrentado por mim, no momento em que me deparo com a vontade de escrever ou o dever do ato.


Outro fator necessário é desprender-se nesse momento das barreiras existentes ao redor dessas quatro margens de folha. Tenho que venerar o que está fluindo dentre as entranhas do texto no presente momento, esquecendo-se das moléstias que te aporrinham diariamente e tornam-se o segundo obstáculo do escritor que aqui ortografa esses delírios, de quem já tem pavor da ausência de produção de obras literárias.

Em silêncio com meu primeiro eu, penso e questiono se possuo pouca criatividade ou se o meu cérebro foi corroído por neuroses e psicopatias criadas pela sociedade enferma que contamina um por um que aqui vive.

A resposta vem em seguida do meu primeiro eu dizendo:

_ Não menino, tu estás parando de sonhar e quando parar completamente serás mais triste do que nunca, pois perderás o que mais amas que é escrever e ser diferenciado no modo de pensar e criar.

O dialogo é longo entre o “tico e o téco” e o segundo eu é insistente, não suporta estar errado e pergunta mais uma vez duvidando do talento:

_Mas e agora? Por que parastes eternos minutos pra escrever algumas miseráveis linhas e mesmo assim quando escrevestes, não foi nada louvável e tivestes dúvidas com relação ao tema?

A resposta foi rápida:

_Ansiedade e imediatismo são os que te fazem degustar esse sabor áspero.

E nesse dialogo, encontro o terceiro obstáculo que me faz entrar em crises com relação à criatividade quais sejam: fluências de idéias, desenvolvimento de textos e poesias.

Considero peculiar o modo como escrevo, pois nunca tive hábitos de ler e, quando escrevo, experimento apenas adrenalina e ventura após o termino de cada frase.

Mesmo que supostamente ninguém leia, sinto que o mundo ouve o que arrisco entre os riscos alfabéticos que lutam entre si e constroem a idéia em cima de um texto insano escrito por alguém que simplesmente tem o amor entre os dedos em contato com cada letra. Loucura não é?

Obstáculos sempre existem isso é fatídico e não há escapatória. Temos que vencê-los sempre para sermos felizes naquilo que nos propusermos a fazer, mas o que me impulsiona a escrever? Qual é o dispositivo que acende uma idéia e faz com que eu enfrente a folha branca? Ler? Deveria ser como raras vezes realmente é.

Leio?Sim, aquele que me informa sobre o mundo, utilidades e alguns outros poetas que vejo diferencial inovador e confesso que prefiro os mais insanos que vasculham a alma e a mente de quem lê, ousadia e criatividade são orgásticas e miro minha atenção pra quem as têm.

Mas o que realmente me impulsiona é a vontade de gritar o que sinto, penso, de expor, traduzir ou concluir um sonho sem doses de falso intelecto, pois não há motivos pra isso. Escrevo apenas para minha alma ou ela é quem desabafa. Não escrevo para decifrarem o meu estado ou posar de “o pensador”. A leitura na maioria das vezes e para a maior parte das pessoas é o grande gás para a escrita e isso é obvio, pois quanto mais leitura, mais conhecimento é adquirido. Isso é ótimo e realmente é assim que deveria ser com todos e é o que recomendo.

Só que eu não me permito e me entristeço quando me encaixo naquele ditado medíocre que Chacrinha gorfou nos anos 80 “Nada se cria, tudo se copia” a partir da citação de Lavoisier; “Na natureza nada se cria tudo se transforma”.

Nunca atendi às expectativas de “cartilhas” que nos dão para ser um “ótimo cidadão”, no máximo o que fiz com elas foi pintar ou desenhar em cima das figuras sem graças que as ilustravam e nesses momentos fui mais feliz do que tentar segui-las.

Autor: Danillo Britto
 
 
 

sábado, 10 de julho de 2010

ANTROPOLOGIA CULTURAL: DIVERSIDADE

          Diversidade Sexual é o termo usado para designar as várias formas de expressão da sexualidade humana.
          O termo é mais usado em assuntos relacionando à militância, artes e ciências; o emprego correto do termo é exemplificado como "Festival Mix Brasil da Diversidade Sexual", ou seja, uma mostra de cinema e vídeo sobre gays, lésbicas, bissexuais, travestis e trangêneros. Esse festival custeia uma produção de aproximadamente 150 filmes por ano, em sua maioria curtas-metragens estando presente nas salas de cinema de capitais e cidades do Brasil. Além de cinema, o festival foi o primeiro a trazer ao Brasil manifestações como a famosa Parada da Diversidade, Mercado Mundo Mix e elaborou um site que contém alta rotatividade de informações.
          O festival, tem hoje versões nas cidades de Brasília, Porto Alegre, Recife e Campinas, e prioriza discutir a diversidade sexual.

Diversidade sexual na legislação brasileira

         No Brasil podemos encontrar leis que protegem e defendem as minorias sexuais brasileiras. A Constituição de 88 proíbe quaisquer formas e manifestações de discriminação e hoje existe um projeto de ementa Constitucional no Congresso Nacional do Brasil que defende a inclusão da expressão "orientação sexual" no artigo, banindo, assim este ato de discriminação. Até o Estatuto da Criança e do Adolescente diz em seus Artigos 3º e 5º que punirá na forma da lei os atentados, por ação ou omissão aos direitos da criança. Alguns Estados tem promulgado essas leis que punem a discriminação por orientação sexual.
As penalidades variam de simples advertência, multas e suspensão e cassação do funcionamento do estabelecimento discriminador. No país há um veto em relação à adoção de crianças por homossexuais enquanto casais, mas ninguém impede uma pessoa solteira de adotar um filho, sendo esta homossexual ou não.Em relação ao Direito Previdenciário, a 3ª Vara da Justiça Federal concedeu sentença obrigando o INSS a considerar aos companheiros homossexuais como dependentes preferenciais dos segurados do Regime Geral de Previdência Social.

Filosofia explica o que é a Ética - Mario Sergio Cortella

ETNOCENTRISMO - PENSE VOCE

Cultura: Um Conceito Antropológico

VIDEOCLIP ANTROPOLOGIA

Antropologia Cultural

O Conceito antropológico de cultura passa necessariamente pelo dilema da unidade biológica e a grande diversidade cultural da espécie humana. Um dilema que permanece como tema central de numerosas polêmicas e que aponta para a preocupação, há muito presente, com a diversidade de modos de comportamento existentes entre os diferentes povos.

Desde a Antigüidade, foram comuns as tentativas de explicar as diferenças de comportamento entre os homens, a partir das variações dos ambientes físicos. No entanto, logo os estudiosos concluíram que as diferenças de comportamento entre os homens não poderiam ser explicadas através das diversidades somatológicas ou mesológicas. Tanto o determinismo geográfico quanto o determinismo biológico foram incapazes de resolver o dilema, pois o comportamento dos indivíduos depende de um aprendizado chamado de endoculturação, ou seja, um menino e uma menina agem diferentemente não em função de seus hormônios, mas em decorrência de uma educação diferenciada.

Da mesma forma, as diferenças entre os homens não podem ser explicadas em termos das limitações que lhes são impostas pelo seu aparato biológico ou pelo seu meio ambiente. A grande qualidade da espécie humana foi a de romper em suas próprias limitações: um animal frágil, provido de insignificante força física, dominou toda a natureza e se transformou no mais temível dos predadores. Sem asas dominou os ares; sem guelras ou membranas próprias conquistou os mares. Tudo isto porque difere dos outros animais por ser o único que possui cultura.

Apesar da dificuldade que os antropólogos enfrentam para definir a cultura, não se discute a sua realidade. A cultura se desenvolveu a partir da possibilidade da comunicação oral e a capacidade de fabricação de instrumentos, capazes de tornar mais eficiente o seu aparato biológico. Isto significa afirmar que tudo o que o homem faz, aprendeu com os seus semelhantes e não decorre de imposições originadas fora da cultura.

A comunicação oral torna-se então um processo vital da cultural: a linguagem é um produto da cultura, mas ao mesmo tempo não existiria cultura se o homem não tivesse a possibilidade de desenvolver um sistema articulado de comunicação oral.

A cultura desenvolveu-se simultaneamente com o próprio equipamento biológico humano e é, por isso mesmo, compreendida como uma das características da espécie, ao lado do bipedismo e de um adequado volume cerebral. Uma vez parte da estrutura humana, a cultura define a vida, e o faz não através das pressões de ordem material, mas de acordo com um sistema simbólico definido, que nunca é o único possível. A cultura, portanto, constitui a utilidade, serve de lente através da qual o homem vê o mundo e interfere na satisfação das necessidades fisiológicas básicas. Embora nenhum indivíduo conheça totalmente o seu sistema cultural, é necessário ter um conhecimento mínimo para operar dentro do mesmo. Conhecimento mínimo este que deve ser compartilhado por todos os componentes da sociedade de forma a permitir a convivência dos mesmos.

A cultura estrutura todo um sistema de orientação que tem uma lógica própria. Já foi o tempo em que se admitia existir sistemas culturais lógicos e sistemas culturais pré-lógicos. A coerência de um hábito cultural somente pode ser analisada a partir do sistema a que pertence. Todas as sociedades humanas dispõem de um sistema de classificação para o mundo natural que constitui categorias diversificadas e com características próprias.
 
veja o filme a seguir:

APRENDER ANTROPOLIGA - LAPLANTINE - RESUMO DA OBRA

APRENDENDO ANTROPOLOGIA – RESUMO




O título da introdução deste livro de François Laplantine é “O campo e a abordagem antropológicos” e a introdução tem os tópicos: “o estudo do homem inteiro”, “o estudo do homem em sua diversidade” e “dificuldades”, os quais serão detalhados a seguir.
Laplantine afirma que apenas na segunda metade do século XVIII é que começou a surgir o interesse de se ter o homem como objeto de estudo, e este projeto alcançou suas primeiras realizações no séc. XIX com o nascimento das chamadas ciências humanas, entre elas a antropologia, a ciência da época supunha uma dualidade radical entre o observador e o seu objeto. Então os antropólogos da época estudaram as sociedades ditas “primitivas” ou “longínquas” como numa situação de laboratório, para assim compreenderem a organização “complexa” de nossas próprias sociedades. No começo do século XX, as sociedades primitivas começaram a escassear, pois nem estas eram poupadas do avanço social e a antropologia se vê diante de uma crise de identidade e se põe a seguinte pergunta: “a morte do selvagem há de causar a morte daqueles que haviam se dado como tarefa o seu estudo?” Três respostas podem ser dadas:
1- O antropólogo aceita sua morte e se refugia em outras ciências humanas, como a sociologia.
2- Ele sai em busca de um novo campo de estudo: o camponês, este selvagem de dentro e seu folclore.

3- Ele adota uma postura epistemológica que afirma que a antropologia não está ligada a um espaço geográfico, cultural ou histórico particular, e sim que esta é um certo olhar, um certo enfoque que consiste em: a) o estudo do homem inteiro b)o estudo do homem em todas as sociedades, estados e épocas.
O estudo do homem inteiro: só pode ser considerada como antropológica uma abordagem integrativa que objetive levar em consideração as múltiplas dimensões do ser humano em sociedade. E há cinco áreas principais da antropologia, que mantém relações estreitas entre si.

A antropologia biológica(ou física):consiste no estudo das variações dos caracteres biológicos do homem no espaço e no tempo. Antropologia pré-histórica: estudo do homem através dos vestígios materiais enterrados no solo. Antropologia lingüística: estuda a linguagem e suas manifestações: literatura, tradição oral e, mais recentemente, mídias de massa. Antropologia psicológica: estuda os processos e o funcionamento do psiquismo humano. Antropologia social e cultural (ou etnologia): diz respeito a tudo que constitui uma sociedade: economia, técnicas, organização política e jurídica, sistemas de parentesco, sistemas de conhecimento, crenças religiosas,etc. Mas o estudo não objetiva o levantamento destes aspectos, e sim a compreensão da relação entre eles próprios e a sociedade.

O estudo do homem em sua diversidade: Visando constituir os “arquivos” da humanidade em suas diferenças significativas, a antropologia inicialmente privilegiou as áreas de civilização exteriores à nossa. Apenas a distância em relação a nossa sociedade nos permite fazer esta descoberta: aquilo que tomávamos por natural em nós mesmos é, de fato, cultural. Daí decorre a necessidade, em antropologia, de um certo “estranhamento”, a perplexidade provocada pelo encontro das culturas que são para nós as mais distantes e cujo encontro vai levar a uma modificação do olhar que se tinha sobre si mesmo. Presos a uma única cultura, somos não apenas cegos à dos outros, mas míopes quando se trata da nossa. A experiência da alteridade leva-nos a ver aquilo que nem conseguiríamos imaginar, dada a dificuldade em fixar nossa atenção no que nos é habitual, familiar, cotidiano e que consideramos “evidente”. Aos poucos, notamos que o menor dos nossos comportamentos não tem realmente nada de “natural”. O que os seres humanos têm em comum é sua capacidade para se diferenciar uns dos outros, se há algo natural na espécie humana é sua aptidão à variação cultural. O projeto antropológico consiste, portanto, no reconhecimento, conhecimento e a compreensão de uma humanidade plural, provoca uma ruptura epistemológica, uma revolução do olhar, não há um “centro do mundo”, tudo (inclusive a cultura) é relativo.

Dificuldades: 1) A primeira dificuldade se manifesta ao nível das palavras. Etnologia ou antropologia? Etnologia é mais usada pelos franceses, insiste na pluralidade irredutível das etnias. Antropologia é mais usada pelos ingleses e estadunidenses, e diz respeito ao estudo das instituições e costumes. 2) A segunda dificuldade diz respeito ao grau de cientificidade que convém atribuir à antropologia, pois o objeto é da mesma natureza do sujeito que o estuda. Para resolver esta questão, propôs-se encarar a sociedade como sistema natural, então a antropologia seria uma ciência natural, já outros preferem encarar a sociedade como sistema simbólico, então a antropologia seria uma espécie de “arte”. 3) Uma terceira dificuldade provém da relação ambígua que a antropologia mantém com a História. Uns são contra uma relação muito íntima, enquanto outros alegam que esta relação pode gerar bons frutos, como os de Gilberto Freyre. 4) A quarta dificuldade provém das oscilações da antropologia. Se ela seria útil e em que. Ela foi usada desde sempre nas colonizações. E se o antropólogo deveria atuar para transformar a sociedade em que vive, posição a qual Laplantine se mostra contrário. Porém, reconhece duas urgências: a) Preservação dos patrimônios culturais locais ameaçados e b)análise das mutações culturais impostas pelo desenvolvimento extremamente rápido de todas as sociedades contemporâneas. 5) A quinta dificuldade diz respeito ao tamanho deste estudo, pois a antropologia hoje é muito rica, diversificada e fica difícil abranger todas as suas áreas. Finalmente, afirma que este estudo é para apreciação de todos, antropólogos ou não.